“Bruno, apaga as fotos”, pediu insistentemente o apresentador do Cidade Alerta, Luiz Bacci, durante a programação da quarta-feira (21), onde comentou a repercussão das publicações no Instagram feitas pelo cantor da dupla Bruno e Marrone.
No início da semana, duas fotos na rede social revelaram que Bruno esteve em companhia de um procurado da Justiça brasileira, o suposto golpista do bitcoin Danilo Vunjão Santana Gouveia, vulgo ‘Dubaiano’.
Danilo Santana é acusado de liderar a D9 Clube de Empreendedores, um golpe com bitcoin que prometia lucros de mais de 30% ao mês e que lesou clientes em R$ 200 milhões. Se pisar em solo brasileiro, ele pode ser preso, já que é considerado foragido pela Justiça após uma denúncia do Ministério Público da Bahia em 2018.
“É um papelão”, diz Bacci
Noticiado em primeira mão pelo Portal do Bitcoin na tarde do domingo (18), o caso repercutiu em vários jornais brasileiros no decorrer da semana até a notícia chegar a Bacci na tarde de quarta no programa da Record TV, onde ele mostrou a foto de Bruno e Dubaiano tirada em uma lancha em Dubai.
Mais tarde, o programa exibiu uma reportagem sobre o assunto, colocando em debate, inclusive, qual seria a relação do cantor com o procurado e se de alguma forma ele teria investido dinheiro na pirâmide de bitcoin D9 Clube, usada no golpe de Danilo há cerca de quatro anos.
Bacci não poupou palavras de elogios tanto para Bruno quanto para a dupla sertaneja, mas disse que as imagens prejudicavam o cantor. Ele explicou: “O fato é que onde o Bruno está a polícia também queria estar para prender esse homem”.
“É um papelão que o Bruno está passando e parece que ninguém está dando um toque nele. Eu, como amigo, quero dar esse toque nele. A rede social onde ele ganha o pão dele, onde ele ganha o dinheiro honesto dele, eu acho que não deveria ter esse tipo de gente”, acrescentou Bacci.
Assessoria não quis comentar
Também na quarta-feira, a reportagem do Portal do Bitcoin perguntou para a assessoria do cantor Bruno se ele e o criador da D9 Clube estavam gravando um CD juntos ou participam de algum outro projeto musical. Nenhuma resposta foi enviada até o fechamento deste texto. A defesa de Dubaiano não foi localizada.
No Cidade Alerta, Bacci também pediu à sua equipe que entrasse em contato com a assessoria da dupla. Como resposta, a assessoria disse que não estava conseguindo contatar Bruno. Mais tarde, a assessoria do artista disse que não iria se pronunciar sobre o tema.
Bacci chegou a pedir ao público que levantassem a hashtag #ApagaBruno no Twitter e foi prontamente atendido.
Defesa diz que não houve crime
Em um vídeo enviado à equipe do Cidade Alerta rebatendo as denúncias, o advogado de Danilo, Gustavo Gomes Brito, disse que eles continuam lutando contra as duas ordens de prisão e que Danilo jamais esteve foragido porque ele passou a residir fora do país antes das investigações terem sido iniciadas.
Sobre o prejuízo das vítimas, Brito disse que providências estão sendo adotadas para reparação de pessoas que tiveram danos. “Acreditamos que jamais existiu crime, mas um problema de natureza civil que pode ser resolvido”, concluiu.
Caso D9 Clube
Dubaiano foi denunciado pelo Ministério Público da Bahia em 2018 por crimes contra a economia popular, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele teve a prisão decretada, mas fugiu antes para Dubai.
Na cidade dos Emirados Árabes, o criador da D9 Clube virou cantor e vive uma vida de luxo ao lado da esposa, Kelliane Santana, também acusada de participação no crime. No final do ano passado, ele lançou uma música chamada ‘estelionato de amor’.
Milhares de pessoas foram prejudicadas pela pirâmide financeira.