Apesar de El Salvador ter adotado o Bitcoin como moeda oficial desde 2021, o uso da criptomoeda no país da América Central não é tão alto quanto possa parecer, enquanto a crise na Argentina faz com que a população local adote muito mais o BTC.
Essa é a avaliação de David Puell, analista da gestora Ark Invest – comandada pela investidora “popstar” Cathie Wood -, que, em uma nota enviada a investidores, ressaltou que a adoção real do Bitcoin em El Salvador mostra um quadro misto.
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Para exemplificar sua visão, o analista apontou para comentários da CEO da Signum Growth Capital, Angela Dalton, durante um podcast recente da Ark, compartilhando suas observações de uma viagem ao país centro-americano.
“A conscientização é alta, mas o uso ainda é baixo, (…) mas há um sentimento geral de orgulho na população por El Salvador ser um dos primeiros a adotar novas tecnologias”, disse Dalton.
Mas existem exceções, como o caso da chamada Bitcoin Beach (Praia Bitcoin), em El Zonte, El Salvador, que apresenta uma aceitação muito mais ampla da moeda digital, segundo Dalton.
De acordo com Puell, no caso do país da América Central, o que se vê ainda é uma preferência maior pelo dólar americano – que é moeda oficial do país desde 2001 – , enquanto a volatilidade do preço do bitcoin ainda reduz uma adoção maior por parte da população.
Enquanto isso, a forte crise enfrentada pela Argentina, em especial a alta inflação, que se aproxima de 150%, faz com que a população procure alternativas para guardar suas economias e para evitar sofrer com essas mudanças de preços, o que torna as criptomoedas uma boa opção.
Puell não apresentou nenhum estudo ou números que comprovem sua visão, mas partiu de experiências próprias e de conhecidos para apontar esse cenário de maior adoção do Bitcoin na Argentina do que em El Salvador.
Turbulência na Argentina
Nas últimas semanas, as moedas digitais ganharam destaque no noticiário argentino após a surpreendente vitória do candidato Javier Milei nas primárias do país, já que ele é um defensor do Bitcoin, ainda que não defenda tornar a criptomoeda como divisa oficial.
O analista da Ark lembra que logo após o resultado das primárias, o preço do Bitcoin disparou mais de 20% ante o peso, atingindo sua máxima histórica no país. Se Milei conquistar a presidência nas eleições gerais de outubro, tanto o Bitcoin quanto o poder de compra do povo argentino poderão ganhar imensamente, completou Puell.
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