O Poder Judiciário do Estado do Paraná publicou nesta terça-feira (07) no Diário de Justiça um edital de chamamento para o leilão de bens das empresas de Cláudio Oliveira que ocorrerá na próxima semana.
Dos produtos leiloados, basicamente formando lotes com carros, bolsas, cintos e óculos de sol, há, por exemplo, um Porsche Panamera 2017/2018 avaliado em R$ 505 mil. O participante do pregão também vai encontrar, além de outros veículos, como BMW, malas da marca Louis Vuitton por R$ 6 mil, ou carteiras da marca Prada por R$ 500. Ao todo, são 57 lotes.
Conhecido como ‘Rei do Bitcoin’ por conta de um esquema falso de arbitragem com a criptomoeda que ruiu em 2019, Oliveira, criador do Grupo Bitcoin Banco (GBB), está preso preventivamente desde o início de julho sob várias acusações, dentre elas estelionato e crimes contra o sistema financeiro nacional.
Segundo o edital, os bens sequestrados pela justiça que vão a leilão são carros de luxo, bolsas, carteiras e óculos de sol, todos de marcas de luxo que estavam alocados em nome da Bitcurrency Moedas Digitais, Negociecoins, Tem BTC, Sater, entre outros negócios ligados às atividades do GBB. O pregão vai acontecer online no dia 13 de dezembro às 17h na plataforma de leilões kronberg Leilões.
Para participar do leilão eletrônico, o interessado deverá cadastrar-se previamente no site do leiloeiro e observar as regras da empresa. Ao se cadastrar e participar do leilão, o licitante adere integralmente às condições do mesmo. “Os lances ofertados são irretratáveis e sem direito ao arrependimento, ocorrendo por conta e risco do usuário”, diz um trecho do edital.
Rei do Bitcoin
O empresário Cláudio Oliveira, que já teve vários pedidos de habeas corpus negados na Justiça, é réu pelos crimes de estelionato, organização criminosa, crime contra a economia popular, crime falimentar, crime contra o sistema financeiro e tentativa de embaraço às investigações.
Ele é acusado de aplicar um golpe de R$ 1,5 bilhão por meio do Grupo Bitcoin Banco, cuja sede ficava em um bairro nobre de Curitiba. A estimativa é que cerca de 7 mil pessoas tenham sido lesadas por ele. No passado, Oliveira também cometeu crimes em outros países, como Portugal e Suíça.
Relembre o caso
O Grupo Bitcoin Banco, que operou grande parte de 2018, ganhou notoriedade por negociar dentro do seu sistema cerca de R$ 500 milhões por dia, algo que atraiu boa parte dos 7 mil investidores lesados.
No início de 2019, no entanto, a empresa travou os saques. Na época, o falso Rei do Bitcoin disse que o negócio havia sofrido um ataque hacker, o que foi desmentido posteriormente pela Polícia Civil.
A empresa também conseguiu que a Justiça do Paraná aprovasse um processo de recuperação judicial, o que deu mais tempo para ele dilapidar com os recursos captados das pessoas. A recuperação judicial foi transformada em falência em julho.