Imagem da matéria: O que são stablecoins e quais tipos que existem
Foto: Shutterstock

As stablecoins têm sido um dos grandes temas do universo de criptomoedas recentemente, mas o termo pode ser confuso ao abarcar muitos conceitos com apenas um nome. É preciso ir um passo além para compreender de forma mais profunda o que são estes ativos.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), em seu relatório de outubro, dividiu o ativo em três modelos: lastreado em dinheiro (“cash-based”), lastreado em ativos (“asset-based”) e lastreado em criptoativos (“crypto-asset-based”).

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Já a Harvard Business Review separou em dois grupos. Os modelos escolhidos pela instituição foram stablecoins verdadeiras (“true stablecoins”) e stablecoins depositárias (“deposit stablecoins”).

Criptomoeda com pouca volatilidade

“Pense na stablecoin como uma criptomoeda sem ou com volatilidade limitada. Essa é a melhor maneira de pensar sobre isso”, disse Haran Segram, professor de finanças da Stern School of Business da Universidade de Nova York, à ABC News.

Em agosto deste ano, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) disse que o mercado de stablecoins já valia US$ 113 bilhões.

Nome pode ser enganoso

O nome “moedas estáveis” e a explicação de que são moedas com lastro passam uma sensação de falsa segurança. A maior delas, Tether (USDT), está sendo acusada de mentir sobre o fato de ter lastro para todas as moedas que já emitiu.

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“Então o que as pessoas dizem por aí que é uma stablecoin, pode não ser”, disse Segram à emissora americana.

Segundo o governo dos Estados Unidos, desde 1º de junho de 2016 a Tether fingiu para seus clientes e mercado que tinha reserva em dólares que garantiriam a liquidez de todos os USDT que estavam no mercado, quando isso não era verdade.

“Como foi descoberto, a Tether possuía reserva fiduciária para cobrir apenas 27,6% de suas stablecoins em uma análise feita entre 2016 e 2018”, afirmaram as autoridades.

Como o FMI define as stablecoins:

“Cash-based”

Totalmente garantido por dinheiro líquido e ativos seguros (como depósitos bancários e notas do governo dos EUA). Estas stablecoins são resgatáveis pelo valor de face. Suas reservas são normalmente mantidas por entidades regulamentadas, como bancos com sede nos EUA. Podem fornecer um maior nível de transparência, como divulgação detalhada de ativos de reserva e documentação sobre os direitos de resgate.

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“Asset-based”

Totalmente respaldado por ativos equivalentes não monetários (por exemplo, títulos corporativos, papel comercial ou commodities) e dinheiro. Estas stablecoins são semelhantes aos fundos do mercado monetário antes das reformas que se seguiram à crise financeira global em 2008. Emissores podem comercializar essas moedas ​​como resgatáveis ​​imediatamente pelo valor de face, mas em alguns casos, especialmente durante os períodos de estresse do mercado, alguns emissores podem adiar o resgate, oferecer em espécie, ou impor taxas mais altas.

“Crypto-asset-based”

Esse é o tipo de stablecoin apoiada por outros criptoativos. Por exemplo, o DAI é garantido por ativos como Bitcoin, Ether e USD.  Essas stablecoins são geralmente estruturadas em um base descentralizada e não custodiante e são consideradas parte do sistema DeFi. Uma outra categoria compreende stablecoins “algorítmicas” (também referidos como “não colateralizadas”) que visam manter seu valor usando algoritmos que aumentam ou diminuem o fornecimento de tokens de acordo com as condições de mercado.

Como a Harvard Business Review define as stablecoins:

“True stablecoins”

São moedas sem juros projetadas para ter um valor estável em relação a uma moeda de referência, que em geral é o dólar americano. A estabilidade é alcançada por meio de dois compromissos. Primeiro, o emissor concorda em criar e comprar moedas de volta ao par. Em segundo lugar, o emissor mantém ativos para garantir sua obrigação de resgatar as moedas estáveis ​​em aberto. Essa “reserva” fornece a segurança de que o emissor pode comprar de volta todas as moedas em circulação, sob demanda.

“Deposit stablecoins”

São reivindicações de depósito à vista contra bancos comerciais que possuem seguro, com registros em blockchain. Elas representam uma quantia que uma pessoa mantém em depósito em um banco segurado e, portanto, um passivo de depósito não garantido desse banco. Nos Estados Unidos, os detentores são protegidos pela estrutura legal que rege os depósitos, incluindo um seguro de US$ 250 mil.