A Casa Branca se prepara para reunir em outubro autoridades de 30 países diferentes para discutir um plano conjunto de combate aos ataques ransomware e outros crimes cibernéticos.
Em um pronunciamento oficial na última sexta (1º), o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que a reunião com os líderes mundiais pretende acelerar a cooperação internacional no combate ao crime cibernético, “melhorando a colaboração da aplicação da lei e impedindo o uso ilícito de criptomoedas”.
Os criptoativos estão na mira do governo norte-americano por serem usados como forma de pagamento por criminosos que praticam ransomware. Neste tipo de ataque, o sistema de uma empresa é feito refém por um grupo de hackers que só voltam a liberar o acesso se um pagamento for feito, geralmente cobrado em criptomoedas como Bitcoin (BTC) e Monero (XRM).
Desde que esse tipo de ataque começou a atingir companhias importantes que atuam nos Estados Unidos, como a produtora de carnes brasileira JBS e a Colonial Pipeline, a Casa Branca endureceu a fiscalização à indústria cripto.
No final de setembro, os Estados Unidos colocou pela primeira vez uma corretora de criptomoedas na sua “lista negra” de sanções. O governo também passou a utilizar a tecnologia para descobrir a origem desses ataques.
Em junho, o FBI foi capaz de recuperar 63,7 BTC dos 75 bitcoins que a Colonial Pipeline pagou de resgate para os hackers devolverem seu sistema. Posteriormente, as investigações indicaram que grande parte dos ataques era orquestrado pela REvil, uma gangue russa de cibercriminosos.
Aliança global contra ransomware
Ainda não está claro quais países participarão da reunião ou que dia o evento acontece. A confirmação é que os líderes globais vão se reunir em algum momento de outubro em uma sessão online hospedada pelo Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
O objetivo do encontro é formar um novo grupo informal chamado de ‘Iniciativa Contra-Ransomware’, que reforce a pressão diplomática dos Estados Unidos em outros países para identificar e punir os grupos por trás dos ataques ransomware.
Anteriormente, os EUA já precisaram fazer negociações diretas com a Rússia, bem como a aliança da OTAN e as nações do G7 para o combate de crimes cibernéticos.
Conforme revelou a Reuters, um funcionário da Casa Branca disse estar particularmente ansioso para lidar com “o uso indevido de moeda virtual para lavar pagamentos de resgate”. O agente que não teve seu nome divulgado continuou dizendo que pretende “investigar e processar criminosos de ransomware”.