O bilionário americano Jamie Dimon, presidente e CEO do JPMorgan Chase, reiterou seu antigo desprezo pelo Bitcoin durante uma entrevista ao Times of India, publicada na semana passada. Ele ressaltou sua aversão à criptomoeda, falou sobre regulação e atacou quem usa o dinheiro alheio para investir no mercado. “Acho que se você pede dinheiro emprestado para comprar bitcoin, você é um idiota”, disse.
Na conversa, o bilionário não teve nenhum problema em admitir que não se importa com o poder do novo mercado. Mas vale lembrar que o próprio JPMorgan permite a seus clientes do Wealth Management o acesso a fundos expostos a criptomoedas. Logo, seus comentários sugerem ser uma questão bem particular. E isso ficou bem claro em duas frases: “Eu realmente não me importo com bitcoin”; “Não sou um comprador de bitcoin”.
Regulação do mercado
Dimon também destacou sua visão de futuro para as criptomoedas, logo que foi questionado sobre os recentes debates sobre regulação do setor que ocorrem na Índia. Para ele, as pessoas perdem muito tempo e fôlego com o tema e acredita que o mercado será regulamentado
“Os governos regulam quase tudo. Não sei se trata de ativos. Não sei se é câmbio. Não sei se é uma moeda. Não sei se vão se basear nas leis de valores mobiliários, mas eles vão fazer isso. E isso vai restringi-lo até certo ponto. Mas se isso o elimina, não tenho ideia e pessoalmente não me importo”, disse Dimon, acrescentando que se o mercado for regulado não significa que o preço do Bitcoin não possa se multiplicar nos anos seguintes.
Comparou Bitcoin com bolhas financeiras
Dimon concluiu com uma espécie de alerta ao ressaltar seu aprendizado ao longo do tempo. Ele citou três bolhas financeiras para falar sobre especulação, um dos termos mais usados pelos críticos do Bitcoin.
“Lembro-me de quando os Beanie Babies eram vendidos por US$ 2 mil cada. Todos nós sabemos sobre a bolha das tulipas. Todos nós sabemos sobre a bolha da Internet. A especulação acontece em todos os mercados do mundo, inclusive nos países comunistas. Então, eu não sei porque a surpresa”.
‘Beanie Babies’ — brinquedos de pelúcia — foi um fenômeno da década de 1990, quando as pessoas pagavam centenas ou milhares de dólares em colecionáveis empalhados, apenas para ver o mercado quebrar e nunca se recuperar.
A bolha das tulipas holandesas aconteceu nos anos 1600 com a ‘mania das tulipas’. A planta assolou a Holanda quando o ativo teve uma grande valorização especulativa para, mais tarde, passar a valer nada.
A bolha da internet a que Dimon se referiu ocorreu nos anos 1990/2000, quando muitos investidores aplicaram em empresas ‘.com’ (pontocom) e presenciaram, logo depois, uma das maiores bolhas financeiras da história.