A BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo com US$ 9 trilhões sob gestão, passou a investir na mineração de bitcoin através da aquisição de ações de empresas do ramo.
Em um relatório enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) no final de julho divulgado pela Forbes, a empresa informou que possui US$ 206 milhões investidos em ações da Marathon Digital Holdings e US$ 176 milhões na Riot Blockchain.
Esses investimentos estão distribuídos em vários fundos mútuos e ETFs da BlackRock, como o iShares Russell 2000 e o iShares Expanded Tech-Software Sector.
O total de US$ 382 milhões investidos nas mineradoras de bitcoin garantiu a BlackRock uma participação de 6,71% na Marathon e 6,61% na Riot. Desse modo, a gestora se tornou a segunda maior acionista de ambas as mineradoras, atrás apenas do Vanguard Group.
A compra de ações de empresas listadas na bolsa de valores se tornou uma forma de grandes players do mercado tradicional ganharem exposição a indústria de criptomoedas sem a compra direta de ativos.
A Fidelity Investments, uma das maiores instituições financeiras do mundo, adquiriu no início de agosto uma participação de 7,4% da Marathon Digital Holdings, equivalente a US$ 20 milhões em ações.
A estratégia também se mostrou mais lucrativa, pelo menos no desempenho dos últimos 12 meses da criptomoeda líder do mercado. Enquanto o bitcoin valorizou 221% no ano, as ações da Marathon e da Riot subiram no mesmo período 754% e 848%, respectivamente.
A valorização aconteceu no momento em que as mineradoras baseadas nos EUA viram suas receitas aumentarem nos últimos meses graças à queda de concorrência. Muitos mineradores chineses precisaram desligar suas máquinas e realocar as operações em outros países após uma onda de repressão do governo chinês.
A Marathon aproveitou o momento para crescer e, no início do mês, encomendou 30 mil máquinas com o plano de representar 12% da taxa de hash total do bitcoin no ano que vem.
BlackRock e o mercado cripto
Embora a BlackRock esteja um tanto contida com relação ao investimento direto no bitcoin, a gestora tem mostrado interesse no mercado cripto nos últimos tempos. No final de 2020, o CIO da BlackRock, Rick Rieder, defendeu o BTC como um possível substituto ao ouro e como uma tecnologia que está “aqui para ficar”.
Já em janeiro deste ano, a gestora relatou à SEC que iria começar a negociar contratos futuros de bitcoin em seus fundos. Pouco meses depois, a BlackRock confirmou que detinha 37 contratos futuros da moeda no valor de US$ 360 mil na Chicago Mercantile Exchange (CME).