A GAS Consultoria, acusada de pirâmide financeira com criptomoedas por uma reportagem do Fantástico no último final de semana, publicou uma nota de esclarecimento sobre o programa da Rede Globo nesta quinta-feira (19).
A empresa, alvo de investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Ministério Público por suposta prática de pirâmide financeira, disse no texto que não gostou da forma como foi apresentada.
Na reportagem, o Fantástico mostrou que a empresa — cujo dono, Glaidson Acácio dos Santos, é investigado por lavagem de dinheiro — é a que tem o maior número de clientes na cidade de Cabo Frio (RJ), que foi inundada por esquemas fraudulentos associados a criptomoedas. Essa proliferação de golpes gerou uma disputa territorial na cidade e até assassinatos.
“A GAS Consultoria repudia a forma insinuante e desabonadora como foi incluída na mesma matéria que estas empresas (as outras citadas pela emissora) que claramente atuam em desacordo com a legislação, o que não se confunde com o dever da imprensa em apontar os esquemas que vêm ocorrendo na cidade de Cabo Frio”.
Cabe lembrar que a GAS foi procurada anteriormente pela reportagem do Fantástico, mas não quis falar com a equipe.
Sobre a investigação de lavagem de dinheiro, a GAS falou que é um “fato comum a todas as empresas que manejam valores no mercado de criptoativos, por ser este um mercado que trabalha com valores não rastreáveis, por exemplo”. Basta uma consulta nos processos do Tribunal de Justiça que citam exchanges brasileiras para constatar que essa informação não é verdadeira.
Empresa diz que sofre com pirâmides
A GAS, que promete rendimento fixo de 10% ao mês em cima de aportes financeiros, também disse na nota que é um negócio sério, diferente dos esquemas de pirâmides financeiras da região.
“Muitas empresas que tentam seguir o padrão estabelecido pela Gas Consultoria, sem possuir o seu know-how, presença no mercado, ou lastro financeiro, acabam falindo e descumprindo com suas obrigações contratuais”.
“A Gas Consultoria, que possui nove anos de atuação no mercado, vem há muito sofrendo com o surgimento de todos os esquemas de pirâmides e crimes contra a economia popular que se originam da tentativa de simular o trabalho oferecido com muita competência e honestidade pela empresa. Não há nada tão ruim para qualquer cidadão cumpridor dos seus deveres, que ser confundido com àquele não cumpridor das leis”.
Histórico
A empresa, cujo nome empresarial é GAS Consultoria & Tecnologia Ltda, pertence a Glaidson Acácio dos Santos e sua esposa, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa. Ela foi fundada em março de 2005, conforme dados da Receita Federal.
Os dois são praticamente invisíveis na internet e não publicam fotos em redes sociais. Glaidson, no entanto, está por dentro de esquemas de cripto. Ele é um dos principais credores do Grupo Bitcoin Banco, tendo perdido R$ 19 milhões no esquema criado por Claudio Oliveira, conhecido como falso Rei do Bitcoin.