Depois do ‘boom’ registrado nos primeiros dois meses do ano, o mercado de NFTs (tokens não fungíveis) deu uma esfriada no início de abril, segundo dados da plataforma nonfungible.com.
O preço médio de uma NFT nesta semana, por exemplo, está na casa dos US$ 1.400, valor 70% menor do que os quase US$ 4 mil registrados em meados de fevereiro.
Já o volume de negociações semanais, ainda segundo o nonfungible, teve uma redução de 50%, passando de 80 mil por semana no pico de março para 40 mil em abril.
O site The Block também publicou gráficos sobre o mercado. Os dados, no entanto, só levam em consideração informações dos principais NFTs, como NBA TopShot, Axie Infinity e CryptoPunks.
No auge do setor – 21 de fevereiro – o volume de negociação NFT semanal atingiu US$ 197 milhões, sendo US$ 125,3 milhões (64%) só do NBA TopShot, segundo o portal.
Nesta semana, o volume caiu para US$ 27 milhões – uma queda de 86% em relação ao topo de dois meses atrás. O CryptoPunks foi responsável por metade das negociações – cerca de US$ 14 milhões.
Hype passou?
Melissa Gilmour, fundadora da agência de criptoarte Lily & Piper, baseada no Reino Unido, disse para o site The Art Newspaper na quinta-feira (8) que uma queda no valor era “inevitável”, pois há uma “saturação excessiva de plataformas” no mercado.
Ela falou, no entanto, que não vê a queda como algo permanente: “Há elementos de um ciclo de hype, mas ainda vemos (o NFT) como uma imensa oportunidade de longo prazo”.
Já Samson Mow, diretor de estratégia da Blockstream – uma companhia de tecnologia e criptomoedas localizada no Canadá – tem opinião diferente.
Ele disse para o site Finance Magnates nesta sexta-feira (9) que houve muito “exagero” em torno dos NFTs’, que agora estão “morrendo lentamente”:
“Uma vez que a maioria dos NFTs de hoje não faz muito sentido nem fornece muito valor, veremos esse exagero diminuir e os preços de muitos tokens não fungíveis despencarem”.
Artistas e empresários
Se NFT é apenas um hype ou veio para ficar, só o tempo irá dizer.
De qualquer forma, a tecnologia deu a artistas, que tinham dificuldade de viver por meio da venda de seus projetos autorais, uma nova forma de ganhar dinheiro.
Até o mês passado, artistas brasileiros venderam cerca de 136 mil NFTs (tokens não fungíveis), faturando mais de US$ 1 milhão.
Além disso, o NFT continua atraindo atenção da grande mídia – que até alguns meses atrás dava pouco espaço para o mercado de criptomoedas – e de empresários do mercado tradicional, como o youtuber de finanças Thiago Nigro, mais conhecido como Primo Rico.