A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam um suposto caso de estelionato cometido por um ex-funcionário da Caixa Econômica Federal demitido em 2011 por peculato. Segundo reportagem do Balanço Geral, da Record TV Goiás, Sergio Pinz Engelsdorff é acusado lesar investidores com a promessa de rendimento de até 15% ao mês, que viria de sua atuação como trader na Bolsa de Valores.
Conforme a reportagem, Pinz teria realizado em vários estados brasileiros contratos de investimentos com rendimento fixo e sem autorização da CVM.
Para passar confiança aos clientes, o susposto trader dizia que havia sido funcionário do Banco do Brasil por 28 anos e que teria informações privilegiadas do mercado financeiro, o que também é pratica ilegal. As informações foram colhidas após quebra de sigilo do acusado.
Em meados do ano passado, o acusado deixou de fazer os pagamentos e desde então está desaparecido. No seu escritório, na região central de Joinville, ele não aparece há pelo menos seis meses, conforme mostrou o Balanço Geral.
Segundo o advogado Fernando Barbosa, que representa várias vítimas numa ação coletiva, o acusado oferecia consultoria financeira e serviços de operações na Bolsa de Valores (atividade que se popularizou como trading ou day trade).
O homem que dizia ser trader
“Ele recebia os valores, se dizia operar na bolsa de valores, e entregaria até 15% de rendimento às pessoas”, disse Barbosa, que acredita que “inicialmente ele fazia esses investimentos, mas que no decorrer da fraude ele não conseguiu dar vasão a esses rendimentos”.
Sergio Pinz teria montado uma grande estrutura com representantes e captadores em todo o país que convenciam as pessoas a entrar no negócio.
O delegado Antonio Franklin de Sousa Firmeza, da Polícia Civil de Joinville e autor do inquérito, disse Sergio Pinz vinha atuando desde de 2016, quando na ocasião os alvos eram servidores públicos do estado de Santa Catarina.
“Entendi que se tratava de um crime de estelionato”, disse Firmeza cuja equipe de investigação conseguiu identificar várias vítimas. O processo foi então enviado à Justiça Federal.
Contratos iam de R$ 10 mil a R$ 2 milhões
De acordo com a reportagem, uma cliente revelou que conheceu o negócio através de uma amiga e resolveu aplicar R$ 25 mil, com vários outros aportes depois. Segundo ela, seu prejuízo é cerca de R$ 200 mil.
Outro cliente, Lucas Vinicius Mendes Campos, que investiu valores na casa dos R$ 70 mil, também amarga o prejuízo desde novembro do ano passado. “O que a gente quer é Justiça”, disse ao Balanço Geral.
Nas redes sociais, vários grupos foram formados para a interação das vítimas. De acordo com o Jusbrasil, o nome de Pinz aparece em dezenas de processos em vários estados brasileiros.
Em Goiás, por exemplo, Sergio Pinz teria feito dezenas de vítimas que investiram valores que iam de R$ 10 mil a R$ 2 milhões, diz a reportagem.
Demitido da Caixa
Conforme a reportagem, Pinz foi demitido da agência da Caixa de Guaramirim (SC) por se apropriar do dinheiro de correntistas para o pagamento de contas particulares.
Ele então sofreu um processo administrativo por peculato e foi demitido.