No início deste mês, a Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities dos EUA (CFTC) ajuizou uma uma ação civil contra seis pessoas e quatro empresas acusadas de operar um esquema fraudulento de negociação de opções binárias entre 2013 e 2018.
Segundo o regulador, o golpe arrecadou mais de US$ 165 milhões (cerca de R$ 900 milhões) com transações ilegais de opções binárias fora da bolsa, em pares de moedas, petróleo e outras commodities. As operações eram feitas em plataformas com sistema semelhante ao da IQ Option, proibida pela CVM no Brasil.
Na lista de acusados constam os nomes de três irmãos canadenses — David Cartu , Jonathan Cartu e Joshua Cartu. Segundo a CFTC, eles vendiam ilegalmente contratos em opções binárias a clientes de varejo por meio das plataformas BeeOptions, Glenridge Capital, e Rumelia Capitais.
De acordo com a denúncia, outros dois irmãos, os também canadenses Leeav Peretz e Nati Peretz, vitimaram vários americanos após fecharem contratos por meio de telefone.
Segundo a CFTC, a dupla operava em call centers principalmente a partir de Israel oferecendo retornos rápidos de 60% a 85% em opções binárias. Para se ter uma ideia de como o golpe se assemelha à IQ Option, a plataforma com sede em Chipre tem um payout de 90%.
Por fim, o sexto envolvido é o americano Ryan Masten, suposto ‘laranja’ dono das offshores BareIt Media LLC d / b / a SignalPush; All Out Marketing Limited; Blue Moon Investments, Ltd.; e Orlando Union Inc.. Segundo a acusação, todas elas eram comandadas por dos irmãos Cartu.
Para o diretor da CFTC, James McDonald, processar um caso com essa amplitude requer tanto o empenho interno quanto uma ampla cooperação internacional.
“O CFTC não é só comprometido em proteger nossos recursos, mas também em prover amplo relacionamento com parceiros nacionais e estrangeiros para erradicar a má conduta nos mercados de derivados”, disse.
Manipulação em opções binárias
Segundo a denúncia, “os irmãos Cartu e Masten controlavam as transações manipulando os resultados forçando a perda de clientes para gerar lucros para si”.
Para processar os pagamentos com cartões de crédito de clientes nos Estados Unidos, os suspeitos usavam uma extinta fintech na Irlanda chamada Greymountain Management Limited.
Apesar dos esforços com a denúncia, a reguladora americana prevê que os acusados podem não ter mais fundos o suficiente para ressarcir as vítimas, No entanto, disse, por meio do processo vai tentar tanto a devolução do dinheiro quanto aplicar penalidades previstas em lei.
“A CFTC vai continuar a lutar vigorosamente pela proteção dos clientes para garantir que os infratores sejam responsabilizados”, concluiu.