Imagem da matéria: Empresas negam usar serviço da Fast Cash, processada por vítimas da Atlas Quantum
Foto: Shutterstock

A empresa de pagamentos online Fastcash, que vem sendo processada por vítimas da Atlas Quantum, tem anunciado várias empresas, inclusive multinacionais, como seus clientes. No entanto, segundo apurou o Portal do Bitcoin, três delas negaram o uso do serviços.

De acordo com o destaque “Nossos clientes” na página— até o último dia 30 — as empresas Itaú, Vunesp, Suggar, Totvs, Bayer, Vtex, Avon, Hystalo, Nestlé, Tray, Microsoft, EA, B2W e Ame, estavam listadas como clientes da Fastcash.

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Com exceção da EA, todas as instituições foram questionadas pela reportagem sobre a relação comercial. Avon, Vunesp e Bayer negaram ser clientes da empresa de pagamentos. As demais não responderam até a publicação deste texto.

“Não deveria estar lá o logo da Avon. Estamos vendo internamente o que podemos fazer em relação a isso. Muito obrigado por nos avisar”, disse a assessoria em resposta ao email enviado no último dia 25.

Na quarta-feira (01), a logomarca da Avon havia sido retirada da lista de clientes da Fastcash.

A Vunesp afirmou que nunca foi cliente da empresa. A Bayer mostrou uma posição similar: “Desconhecemos a Fastcash e qualquer parceria com a empresa”.

Na manhã da sexta-feira (03), o logo de ambas empresas já não constavam mais na página. Da mesma forma, as logomarcas de Itaú, Bayer, Vtex e Nestlé.

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Carteira de clientes anunciada no site da Fastcash (Imagem: Reprodução)
Fastcash excluiu cinco logomarcas após os questionamentos (Imagem: Reprodução)

O que disse a Fastcash

Sobre a questão, a empresa afirmou que “atende essas empresas indiretamente por meio da plataforma Webpremios”. 

A Webpremios pertence a um grupo chamado LTM e que atua como ponte no mercado de premiação e recompensas.

A LTM inclusive foi citada pela Avon como uma fornecedora de serviços da empresa; mas não a Fastcash.

Empresa nega relação com Atlas Quantum

A Fastcash tem sido arrolada em vários processos contra a Atlas Quantum na Justiça por clientes que perderam seus bitcoins. Há, inclusive, liminares que pedem o bloqueio dinheiro das contas da empresa. Embora estivessem no mesmo endereço, a empresa negou ter qualquer relação com Rodrigo Marques.

De acordo com um processo de perdas e danos, por exemplo, que corre no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o juiz Fernando Henrique de Oliveira Biolcati deferiu um pedido de bloqueio de R$ 48.597,47 em ativos existentes em nome de Fastcash e da Atlas, concomitantemente. A empresas foram avisadas no dia 06 de maio deste ano. 

Contudo, numa atualização no dia 19 de junho a ordem de arresto foi suspensa por desistência do autor da ação.

Como são diversos casos, há outros decisões que são bem piores para a Fastcash. O Portal do Bitcoin teve acesso a um processo movido pelo advogado Artêmio Picanço cujo resultado foi bem diferente. No dia 7 de julho, o juiz Gustavo Coube de Carvalho manteve o arresto e disse que a empresa era parte legítima da ação de reparação de dano:

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“Sua eventual responsabilidade decorre da alegada existência de grupo econômico com as corrés apontadas como causadoras diretas do dano, e também na possível instrumentalização, na condição de fornecedor integrante da cadeia de serviço, de fraude contra consumidor”.

Confira a posição da Fast Cash:

“A Fastcash, que oferece soluções de pagamento online, vem conseguindo na Justiça vitórias a seu favor, comprovando que a empresa não tem qualquer relação societária com a Atlas Quantum. 

A maioria dos juízes já entendeu que a prestação do serviço de processamento de pagamentos não implica qualquer tipo de sociedade.

Hoje, a Fastcash tem a seu favor 12 processos terminados com desistências pela parte acusadora, que após ler a defesa, entendeu que a Fastcash é uma empresa independente. 

Por um período próximo a um ano, iniciando em 2018, a Fastcash processou pagamentos para a Atlas Quantum, assim como segue fazendo para mais de 50 empresas e seus mais de seis milhões de clientes.

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Este é o core business da Fastcash, oferecer um sistema de pagamento online para terceiros, receber e enviar dinheiro, pagar contas e ainda ofertar serviços bancários.

E esta era a única relação contratual entre a Fastcash e a Atlas Quantum. Contrato este que foi rompido a pedido da Fastcash tão logo ficaram evidentes os problemas de gestão da Atlas Quantum.

Confiante na Justiça, a Fastcash está à disposição para esclarecer dúvidas de qualquer cliente no email [email protected]”.