A corretora de criptomoedas Xdex, criada pela XP Investimentos na metade de 2018, fechou as portas 17 meses depois de começar as operações. A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo blog da empresa.
Por questões regulatórias, mais tarde a empresa deixou de registrar a própria XP Investimentos em seu contrato social. No lugar, entraram alguns sócios individuais, incluindo, como sócio majoritário, Guilherme Benchimol.
O comunicado cita os seguintes motivos para os fechamento:
“A projeção do mercado, competição e os poucos avanços regulatórios diminuíram as oportunidades encontradas no início do projeto e foram a base dessa difícil decisão tomada pela empresa”, diz o texto.
Quem tiver criptomoedas dentro da plataforma terá que retirar o saldo total em reais em até 30 dias — uma vez que o sistema da corretora não permitia a posse dos ativos digitais negociados no sistema, uma das grandes críticas dos usuários.
Depois do pedido de saque, segundo a empresa, o dinheiro será enviado em até um dia. Depois dos 30 dias, os ativos serão vendidos e automaticamente o valor da venda será depositado na conta registrada na Xdex.
Em nota enviada ao Portal do Bitcoin, a XP informou que a XDEX não tem XP INc. e nem a XP Investimentos como sócios. Seus acionistas são compostos por uma joint venture entre XP Controle e o fundo General Atlantic.
Início e problemas na Xdex
Embora tenha sido lançada em outubro de 2018, o planejamento para o lançamento já havia começado em abril daquele ano. De acordo com dados da Receita Federal, a XP Investimentos registrou XDEX INTERMEDIACAO LTDA, cujo capital social era de R$ 25 milhões.
Contudo, o projeto só foi formalmente lançamento em setembro de 2018, por pelo CEO Guilherme Benchimol durante uma conferência da XP.
A empresa já nascia com um nome de peso: Fernando Ulrich, então um dos principais nomes do mercado brasileiro de criptomoedas e analista do segmento na própria XP. Porém, ele deixou a empresa em outubro do ano passado.
Os planos da época eram ambicioso: em uma entrevista para o Portal do Bitcoin, a CEO da empresa na época, Celina Ma, disse que o plano era atingir 1 milhão de clientes. A maior corretora do Brasil, por exemplo, tem 1,8 milhão conquistados em sete anos.
Não é possível saber quantos clientes a empresa tinha, mas pelo baixo volume negociado no book de ofertas é possível inferir que o número de clientes seja bem mais baixo.