Imagem da matéria: Coronavírus é bom pro Bitcoin? Só rindo!
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Toda notícia que coincide com algum movimento de preço no Bitcoin é a mesma coisa: “Ataque do Irã causa alta de 22%”, “Tweet de Trump derruba para US$ 9.500”.

Será que os mercados já vinham em determinada tendência e o FOMO (medo de ficar de fora) apenas acelerou o movimento? Ou estas notícias realmente tem o poder de ditar o rumo do mercado?

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Duas notícias negativas sobre o acordo comercial, reações diferentes no Bitcoin

No exemplo acima, temos dois casos de fracasso nas negociações entre EUA e China. No início de junho de 2019, tivemos uma queda de 14% na cotação do Bitcoin nos dois dias seguintes. Quando uma manchete similar saiu nos jornais em agosto de 2019, tivemos uma alta de 8% nas 48 horas após o anúncio.

Obviamente muitos sites apontaram que a razão para alta no início de agosto foi o aumento na tarifa de importação pelos EUA. Por que motivo o mesmo movimento não ocorreu dois meses antes quando fracassou a negociação?

Duas notícias de Facebook Libra e seu impacto no Bitcoin

O anúncio do lançamento da Libra do Facebook “causou” alta de 20% em 4 dias. Pouco mais de 2 semanas depois o Congresso enviou uma carta aos apoiadores do projeto solicitando sua retirada, e mesmo assim o Bitcoin subiu outros 6%. Como explicar?

Qual o impacto no Bitcoin afinal?

A verdade é que durante um bull run (período de alta) notícias negativas têm pouco ou nenhum impacto. Ao mesmo tempo notícias positivas atuam como catalisadores, porém afirmar que isto foi causado pela guerra do Irã, acordo comercial com China ou algum vírus, usualmente é incorreto.

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Ou seja, mesmo que as notícias político-econômicas tragam um impacto imediato na cotação, após algumas horas usualmente notamos a continuidade da tendência que já prevalecia.

O que define a tendência?

Esta é a pergunta de 1 milhão de dólares, pois são diversos fatores atuando simultaneamente:

  • Proximidade do halving;
  • Mudanças no hashrate;
  • Volume de transações na rede;
  • Manchetes que trazem FUD ou FOMO;
  • Arbitragem contra outros mercados: ouro, ações de tecnologia, etc;
  • Lançamento de novos serviços: BAKKT, CME, ETF;
  • Concorrência, mesmo que indireta, de Fintechs nos serviços financeiros;

Além destes fatores pesa o cenário político-econômico, com certeza. Como competir com o Federal Reserve dando liquidez diária, Bancos Centrais praticando juros quase zero, empresas listadas fazendo recompra de ações, etc?

Conclusão

Se você opera olhando candles (velas) de 15 minutos nos gráficos, provavelmente notará um impacto grande das notícias, mas acredite, é muito improvável que um único fator esteja em jogo ou defina uma tendência. Desconfie destas matérias que procuram um culpado para cada movimento.


Sobre o autor

Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017, faz arbitragem e trading de criptomoedas, além de ser cofundador do site de análise de criptos RadarBTC.

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