Imagem da matéria: Parceira da Unick Forex, Urpay vende carteira com 2 milhões de clientes
Foto: Shutterstock

A Urpay, antiga parceira da Unick, vendeu sua carteira com 2 milhões de clientes no dia 12 de dezembro. O comprador é a Suitbank, uma empresa de serviços financeiros cujo site está registrado no nome Pablo Vinícius Goltara Cruz, suposto piramideiro da Emane Trade. Goltara Cruz consta como criador do domínio do ‘suitbank.com.br’.

No final de dezembro, a Urpay comunicou seus clientes via email que sua carteira de clientes havia sido adquirida pela Suit Bank.

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A Suitbank também disse informou sobre a aquisição. No site de Pablo — conforme dados disponíveis no Registro.br — um trecho da nota diz o seguinte:

“Comunicamos que, na data de 12/12/2019, a carteira de clientes da empresa Urpay Tecnologia em Pagamentos Ltda. foi adquirida pelo grupo Suit Bank S.A., tudo em conformidade com os termos da lei empresarial vigente em nossa legislação”.

A Urpay definiu a venda como uma ação de grande importância para o atual momento em que a empresa está vivendo, e assegurou a equipe irá acompanhar todo o processo de migração dos negócios.

Já o Suitbank, que diz ter mais de 20 anos de atuação no mercado, embora seu site tenha sido criado em maio de 2019, disse que o motivo da aquisição é porque o modelo e a atuação de negócio da Urpay “criou uma estrutura sólida e uma história de sucesso”.

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Urpay diz que venda é comercial

Por email, o diretor da Urpay, José André da Costa, disse ao Portal do Bitcoin que o motivo da venda foi unicamente comercial, visando preservar a qualidade dos serviços mantidos com cada cliente.

Segundo ele, a Urpay como empresa não poderia deixar a oportunidade comercial passar, pois os números financeiros são bem interessantes. O valor, contudo, não pode ser revelado devido a questões contratuais, disse Costa.

Ele ainda garantiu que a Urpay segue normalmente com suas atividades, pois a negociação não altera seu fluxo empresarial: “Muito pelo contrário, dá fôlego para o desenvolvimento de novos negócios voltados para o mercado financeiro”.

Unick, Urpay e Emane Trade

Voltando para o Pablo, ele é um dos líderes da Emane Trade, cuja sede ficava em Goiânia (GO). A empresa oferecia investimentos em bitcoin e supostamente ‘quebrou’, deixando muito investidores na mão. 

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Quando surgiram problemas na Emane Trade, há pouco mais de um ano, Pablo aparecia em um vídeo no Youtube e tentava mostrar tranquilidade no negócio.

No entanto, ele parecia desconfortável e inseguro ao informar as soluções que seriam aplicadas no negócio.

Pablo Vinícius Goltara Cruz, dono do domínio ‘suitbank.com.br’ e líder da Emana Trade. Imagem: Reprodução/Youtube

Quatro meses antes, Pablo e o sócio Carlos Roberto Barbosa, explicavam como trabalhavam o dinheiro dos investidores.

O discurso era o de praxe — o tom de segurança e a promessa de dobrar o capital em poucos meses através de trading no mercado financeiro. A poção mágica oferecida para ficar rico era a arbitragem de bitcoin.

Emane Trader e bitcoin

A Emane Trader surgiu da mudança de atividade (Classificação Nacional de Atividades Econômicas — CNAE) da Emane Brasil, uma empresa de cosméticos também gerida por Pablo, criada em 2014.

O negócio oferecia serviço de arbitragem com bitcoin com promessa de rendimento de até 2% ao dia e 40% ao mês. Os valores dos planos começavam em R$ 500 e iam até R$ 10 mil.

De acordo com o site, todos os planos pagavam 10% por indicação e 50% no binário. Uma taxa de adesão de R$ 50 também era cobrada.

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Emane Trade no Reclame aqui

Contudo, segundo informações no Reclame Aqui, a Emane Trader deixou na mão vários investidores, não repassando os rendimentos prometidos e para muitos nada, zero mesmo.

A empresa também não responde seus clientes a pelo menos um ano — um dos clientes, do estado de Alagoas, tachou abertamente o negócio de pirâmide.

Porém, a última reclamação registrada na plataforma é de um cliente de Curitiba (PR): “Apliquei 5000.00 reais e recebi apenas 1000.00 desse montante”, escreveu.

“Emane me deve há um ano”, se queixou outro investidor de Goiânia (GO). Segundo ele, o valor investido foi de R$ 11 mil.

Caso Unick/Urpay

A Urpay, que é uma empresa de soluções de pagamentos, por muito tempo deu suporte à Unick.

No período em que houve as prisões dos líderes da pirâmide, a empresa também enfrentou impasses com clientes que alegavam atrasos nas transferências e bloqueio de valores.

De acordo com a Urpay na época, o motivo do bloqueio teria ocorrido por força de uma mandado da Justiça Federal. A ordem teria sido dada um dia após a Polícia Federal ter cumprido nove prisões dos envolvidos com a Unick Forex.

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A Urpay então fez o desbloqueio, mas mesmo assim acabou enfrentando processos na Justiça. Aliás, ainda há contas de clientes bloqueadas provisoriamente por conta de decisão judicial.

Segundo Costa, esses clientes envolvidos a princípio não irão na negociação com o Suitbank, somente os demais clientes “sem pendências” serão integrados à nova plataforma.

Mercado bitcoin ‘rejeitou’ Urpay

A parceria da Urpay com a Unick parece só ter dado dor de cabeça.

Em junho, por exemplo, uma das maiores corretoras que atuam no Brasil, a Mercado Bitcoin, disse que não mais aceitaria operações vindas da Urpay por motivo de compliance — “sem a identificação da titularidade de seus clientes”.


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