Imagem da matéria: "Bitcoin Banco é tudo de ruim que a gente tem no mercado de criptomoedas", diz deputado
Expedito Netto citou a empresa fundada por Claudio Oliveira

O Bitcoin Banco foi classificado como “tudo de ruim que está acontecendo no mercado brasileiro” em uma audiência pública na Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira (04) durante um debate sobre regulação de criptomoedas.

Leonardo Cordouro e Jorge Luís Fayad, diretor jurídico e consultor jurídico do grupo Bitcoin Banco, respectivamente, haviam sido convidados para participarem, mas não estavam presentes. Ao comentar a ausência, o deputado Expedito Netto (PSD/RO) comentou:

Publicidade

“O Bitcoin Banco é tudo que a gente tem de ruim que está acontecendo no mercado de moedas digitais no Brasil hoje. O Bitcoin Banco está com o dinheiro de várias pessoas que investiram nessa empresa e que estão com o dinheiro preso”.

“Os clientes”, prosseguiu o deputado, “estão com o dinheiro em uma nuvem de insegurança, já que nosso país não está dando segurança ao investidor que acredita nesse mercado”.

Em um áudio que circulou no grupos do Telegram, o fundador da empresa, Cláudio Oliveira, rebateu o deputado:

“Foi um pouco leviano da parte do deputado mencionar que nós somos a vergonha do mercado, sendo que a audiência era sobre a regulação das criptomoedas. Estamos correndo atrás da solução”.

Houve ainda outra menção à empresa de Curitiba. Depois de mais de uma hora de debate, o deputado Gustinho Ribeiro (Solidariedade/SE) abriu a sessão para a pergunta mais votada dos internautas. Ele leu uma pergunta de Rodrigo Souza, que dizia:

Publicidade

“O que podemos fazer para evitar catástrofes como a da Atlas e do grupo Bitcoin Banco, que deixaram milhares de brasileiros sem suas economias e sem uma resposta da Justiça?”

As respostas dos demais convidados, como diretor de Negócios e Operações da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), Leandro Vilain; e do representante da Associação Nacional de Peritos Criminais Federais, Tiago Barroso de Melo; não chegaram tocar nos casos da questão.

Em seguida o deputado Delegado Pablo (PSL-AM), sem mencionar as empresas em questão, disse que havia uma série de corretoras e uma série de picaretas no mercado hoje.

“Vendem esses ativos como se isso fosse a nova meca, o novo oásis do enriquecimento. Mas, na verdade, é um bocado de estelionatário digital”, afirmou.

Publicidade

Um pouco antes, o deputado Aureo Ribeiro, que é o relator do projeto de lei, questionou a Febraban sobre o porque de alguns bancos fecharem ou se negarem a abrir as contas correntes em instituições ligadas a moedas virtuais.

“Por exemplo, o Banco do Brasil fechou conta da Atlas, uma startup de arbitragem de Bitcoin”, disse.

E complementou: “Me causa estranheza a falta de alguns dos convidados. A gente tem casos de pirâmides, prisões, corretoras que demoram 30 dias para fazer o pagamento, garantia de rentabilidade de 2% por dia para quem investir. Um cenário muito macabro, que dificulta da credibilidade da criptoeconomia no Brasil”.

O representante da Febraban afirmou que não entraria em um caso específico, mas que os padrões de monitoramento das contas são elevados.

“O sistema financeiro exige isso de seus clientes. E se o cliente não atinge esse padrão, leva a um esforço maior por parte do banco, o que gera uma falta de interesse comercial. Aquele tipo de conta gera tanto custo que não compensa”, disse.

Bitcoin Banco e Atlas

O mercado brasileiro vem enfrentando diversos problemas nos últimos meses. Desde dia 17 de maio, as exchanges do Bitcoin Banco estão com os saques presos dos clientes. A empresa está com centenas de processo judiciais contra ela, que somam mais de R$ 70 milhões.

Publicidade

Já a Atlas Quantum foi notificada pela CVM no dia 13 de agosto e impedida de oferecer seu produto de arbitragem. Desde então a empresa vem passando por problemas para pagar todos os saques.

As reclamações no Reclame Aqui explodiram. Os prazos para as retiradas foram se estendendo — de 24 horas passou para 30 dias.

Em um comunicado enviado aos clientes, a empresa disse que desde o dia 15, foram feitas 1759 retiradas de um total de 2622 pedidos. “Sendo que 1.767 estão dentro do prazo de D+4 e o restante esperamos cumprir o quanto antes. O valor total do pedido de saques é de 1.510 bitcoins”, diz a nota.

VOCÊ PODE GOSTAR
homem segura com duas mãos uma piramide de dinheiro

CVM multa pirâmide cripto BlueBenx e seu fundador em R$ 1 milhão

A Bluebenx e seu dono, Roberto Cardassi, foram considerados culpados pela oferta pública de valores mobiliários sem registro
celular com logo da circle usd coin USDC com grafico ao fundo

Circle integra USDC aos sistemas de pagamento do Brasil

A Circle agora suporta transferências bancárias locais via Pix
Moeda de bitcoin sob base de martelo de juiz

CVM julga hoje Bluebenx, pirâmide com criptomoedas que deixou prejuízo de R$ 160 milhões

Relatório se concentra em oferta pública de distribuição de valores mobiliários sem a obtenção do registro no órgão regulador
homem segura com duas mãos uma piramide de dinheiro

Pirâmides financeiras continuam sendo crime mais reportado pela CVM às autoridades

Esquemas de pirâmide são crimes contra a economia popular e estelionato, previstos no artigo 171 do Código Penal