As ações da credenciadora de cartões Cielo tiveram uma queda de 4% após uma decisão tomada pela instituição e seus acionistas Banco do Brasil e Bradesco. O grupo resolveu abandonar a projeção de lucro líquido deste ano e reduzir dividendos.
De acordo com o Valor Econômico, esta definição não foi muito bem recebida pelo mercado e as ações despencaram 4.35%. No pregão da segunda-feira (27), a ação valia R$ 7,25.
Outro ponto é que a Cielo fez o anúncio sem detalhamento, o que deve pressionar ainda mais as ações no curto prazo.
O aviso da redução na distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio, chamado ‘payout,’ foi feito na sexta-feira (24). Ele será reduzido de 70% no primeiro trimestre para menos da metade, 30% nos próximos trimestres, reportou o jornal.
Cielo terá menos lucro em 2019
Com a decisão, alguns analistas preveem a diminuição de lucro líquido da empresa.
A casa de análises Eleven Financial cortou em 10% a projeção de lucro líquido para 2019 e reduziu o preço-alvo da ação para R$ 6 ao final deste ano — queda de 17,2% frente ao fechamento do dia 27.
Sua recomendação, contudo, continua sendo de venda dos papéis.
Guerra das maquininhas
Paulo Caffarelli, presidente da Cielo, acredita que a empresa precisa reforçar o caixa para se fortalecer na ‘guerra das maquininhas’ entre os concorrentes, bem como ter capital para futuras aquisições.
Uma das preocupações da instituição é que vários empresas rivais reduziram o prazo de repasse do fluxo de pagamentos nas maquininhas com cartão de crédito à vista — de 30 para dois dias.
Fora isso, várias empresas concorrentes reduziram ou até mesmo isentaram a tradicional taxa cobrada na operação.
Segundo a reportagem, também no dia 27 de maio, a Cielo passou a oferecer o pagamento instantâneo aos lojistas, desde que se cadastrem na nova conta digital da empresa.
Após a decisão da Cielo, a XP Investimentos não recomendou nada e se manteve neutra para os papéis ordinários da credenciadora e o preço-alvo de R$ 10 para este ano. No entanto, a instituição considerou negativa tal decisão e reportou:
“A cautela é devido à situação frágil dos acionistas minoritários das credenciadoras, pois os bancos estão se tornando cada vez mais agressivos em relação a essas operações a fim de reter clientes corporativos em suas plataformas”.
Analistas da Levante também acreditam que a vantagem competitiva da Cielo foi reduzida com o aumento da concorrência, inclusive daqueles que já chegam com produtos inovadores.
Cielo focou na participação de mercado
A Cielo conseguiu elevar de 41,2% para 41,8% a fatia de mercado entre os três últimos meses de 2018 e os três primeiros de 2019, na primeira alta desde 2015.
O resultado deu-se pela maneira mais agressiva na conquista de participação de mercado do que em conquistar rentabilidade, disse o Valor.
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