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Polícia rastreia criptomoedas para prender golpistas de falso leilão

Polícia teve apoio do Ministério da Justiça para rastrear as criptomoedas usadas pelos criminosos após aplicarem o golpe

Imagem da matéria: Polícia rastreia criptomoedas para prender golpistas de falso leilão
Foto: Shutterstock

As polícias civis do Rio Grande do Sul e de São Paulo deflagraram a Operação Lance Final na última terça-feira (9) para acabar com um esquema de fraudes do “Golpe do Falso Leilão”. E para encontrar os criminosos, as investigações contaram com apoio técnico do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça (Ciberlab), que permitiu o rastreio de criptomoedas usadas no esquema.

Foram mobilizados 80 policiais civis dos dois estados, que cumpriram 16 mandados de busca e apreensão e 12 prisões temporárias nas cidades de Itanhaém e São Paulo (SP). A organização criminosa vinha atuando em diferentes regiões do país, aplicando golpes, que lesaram dezenas de vítimas. Somente na área da 3° Delegacia de Polícia de Canoas, duas vítimas foram lesadas, financeiramente, no valor de R$ 100 mil.

Segundo a polícia, a organização criminosa atuava em todo o país por meio da criação de sites falsos de leilões, que simulavam anúncios de veículos reais. “As páginas fraudulentas reproduziam, com alto grau de sofisticação, o ambiente visual e os documentos usados por casas de leilão legítimas. A quadrilha patrocinava os links para que aparecessem nas primeiras posições das buscas on-line”, disse a polícia.

Rastreando criptomoedas

O Ministério da Justiça explicou que o Ciberlab atuou por meio do seu Núcleo de Operações em Criptoativos e foi responsável por fornecer suporte técnico especializado para a localização e o rastreamento dos valores em ativos virtuais movimentados pela organização criminosa. A atuação do núcleo permitiu mapear fluxos financeiros e identificar endereços de carteiras digitais usados na ocultação de recursos ilícitos.

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“O MJSP tem priorizado a capacitação contínua e o fortalecimento institucional, assegurando que nossas forças de segurança estejam preparadas para enfrentar os desafios impostos pelo crime organizado no mundo digital”, afirmou Rodney da Silva, diretor da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi).

Como funcionava o golpe

Segundo a polícia, a fraude, conhecida como Golpe do Falso Leilão, tinha como principal artifício a criação de sites fraudulentos que simulavam plataformas de leilões oficiais. Ela funcionava da seguinte forma:

  1. Clonagem de anúncios: Os criminosos copiavam veículos de leilões legítimos e os disponibilizavam em páginas falsas.
  2. Patrocínio de links: Para alcançar mais vítimas, pagavam anúncios, garantindo que o site falso aparecesse entre os primeiros resultados nas buscas por “leilões”.
  3. Simulação de legitimidade: O ambiente virtual era elaborado para parecer real, com documentos falsificados, termos de arremate e até a utilização de nomes e endereços verdadeiros de casas de leilão.
  4. Contato via WhatsApp: Após a vítima acessar o site, era direcionada a um número de celular. A negociação era feita de forma convincente até a transferência bancária.

Depois do pagamento, os golpistas desapareciam, deixando as vítimas sem o bem adquirido e sem possibilidade de reaver os valores.

De acordo com a Delegada Luciane Bertoletti, o objetivo da ação foi desarticular a rede criminosa e, sobretudo, proteger a população contra golpes digitais que se multiplicam pela internet. “Esses crimes exploram a confiança das pessoas e utilizam a tecnologia para enganar de forma cada vez mais sofisticada. Nossa missão é cortar o elo da fraude antes que mais famílias sejam prejudicadas”, destacou a delegada.

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