O volume de pagamentos usando esse stablecoins deve ultrapassar US$ 1 trilhão por ano até o final desta década. É o que projeta a empresa de liquidez Keyrock e a exchange Bitso, em relatório divulgado na quinta-feira (14).
Segundo os analistas, o crescimento será impulsionado pela adoção institucional nos setores de pagamento business-to-business (B2B), peer-to-peer (P2P) e com cartões, setores que já demonstraram sinais de rápida adoção das stablecoins.
O relatório ressalta o ganho de força das stablecoins, que estão dominando cada vez mais o setor financeiro ao superarem os métodos tradicionais de pagamento tanto em velocidade quanto custo. Enviar US$ 200 por meio de um banco, por exemplo, pode ter taxas de até 13% e levar dias para liquidação, enquanto stablecoins são transacionadas em segundos e por uma fração deste custo, dizem os analistas.
A liquidação em câmbio (FX) pode ser a maior oportunidade inexplorada, de acordo com o relatório. O mercado de câmbio, que movimenta US$ 7,5 trilhões por dia, ainda liquida em grande parte em D+2 por meio de bancos correspondentes. Enquanto isso, o câmbio on-chain utilizando stablecoins poderia permitir swaps com liquidação quase instantânea e menores riscos de contraparte.
E esse movimento das stablecoins é global. Os analistas acreditam que, com mais clareza regulatória, maior liquidez e interoperabilidade, as moedas digitais estáveis poderiam lidar com até 12% de todos os fluxos de pagamentos internacionais até o final da década.
Eles acreditam ainda que todas as grandes fintechs eventualmente integrarão a infraestrutura de stablecoins nos próximos anos, assim como as ferramentas de software como serviço (SaaS) se tornaram onipresentes.
Na prática, isso poderia significar que carteiras e plataformas de pagamento movimentariam valor on-chain, mesas de tesouraria manteriam stablecoins e as implementariam para obter um rendimento, e comerciantes liquidariam instantaneamente em múltiplas moedas.
Hoje, as stablecoins possuem um valor de mercado de US$ 260 bilhões, e seu crescimento poderia afetar até políticas monetárias. No caso dos EUA, a oferta de stablecoins pode atingir 10% da oferta de moeda M2 em um cenário otimista, acima dos 1% atuais, e representar cerca de um quarto do mercado de títulos do Tesouro dos EUA e influenciar a forma como o Federal Reserve administra as taxas de juros de curto prazo, conclui o relatório.
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