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Tokens podem render bônus a entregadores do iFood no futuro, diz CEO

Segundo Diego Barreto, CEO do iFood, a tokenização pode criar um alinhamento de interesses entre empresas e funcionários que hoje não existe

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Diego Barreto, CEO do IFood (Foto: Divulação/MB)

O IFood vê uma possibilidade de no futuro começar a fortalecer as relações com os entregadores por meio de um token que irá dar ganhos financeiros extras aos trabalhadores. A ideia foi revelada por Diego Barreto, CEO da empresa, que destacou ainda quais tecnologias e estruturas regulatórias precisam avançar para o conceito da tokenização ser aplicado na prática. 

A fala de Barreto foi feita na terça-feira (12), durante o evento Beyond Capital, organizado pelo MB Startups, e o executivo chegou no assunto ao abordar as possibilidades de criar valor promovendo a tokenização do que classificou como “ativos financeiros não óbvios”. 

A ideia do CEO seria tokenizar os ganhos financeiros da EntreGô, uma empresa separada do grupo IFood que é uma franquia de operações logísticas espalhada pelo Brasil. 

“O que acontece quando eu pego o fluxo financeiro dessas franquias e crio um token que vai para o entregador? Pela primeira vez, eu começo a criar um alinhamento de interesse que historicamente não existe”, afirma Barreto. O executivo aponta que em relações de economia de compartilhamento, a efemeridade torna difícil transferir cultura da empresa para os parceiros. Então, resta criar esse alinhamento de interesses. 

Barreto explica que a ideia não é necessariamente fazer com que os entregadores sejam donos da empresa, mas sim que participem do resultado financeiro do negócio. “E a medida que vai tendo comportamento melhor, maior e mais longevo, mais tokens vai recebendo.”

Interface inteligível é o mais importante  

O plano ainda está totalmente no campo das ideias, mas Barreto deu detalhes sobre quais passos teriam que ser dados para viabilizar o token. E o principal é criar um aplicativo que os entregadores consigam entender de forma intuitiva esse processo de tokenização. 

“O principal problema para sair do campo hipotético é UX [experiência do usuário]. 90% das soluções de UX que eu já vi são uma porcaria. Você vai e baixa, registra e traz o token… Se você chegar em uma pessoa na rua e mostrar e perguntar se ela entendeu, e ela dizer que não, então não serve. O desafio inicial é fazer a UX com outro patamar. Pensa na revolução que foi o aplicativo de banco e do Whatsapp”, afirma.

Isso deveria ser somado, segundo o executivo,  a uma plataforma única em que uma pessoa que trabalha em economia de compartilhamento pudesse ter um token não só do iFood, mas de todos os lugares no qual trabalha.  

“A pessoa teria capacidade de ver uma coisa que é muito importante em um token para quem não tem grandes recursos: volume. Não adianta eu dar um token e a pessoa ver 20 centavos, três reais. Ela precisa somar essas coisas e começar a ver 50, 100, 150 e 200 reais. Então esse processo de UX associado a uma centralização da visibilidade é super importante”, disse.

Por fim, o CEO do iFood afirma ser importante que esse token não seja visto do ponto de vista fiscal como renda.  

“Todo mundo vai querer confundir isso com renda, porque é uma forma de ganhar mais tributo. Então a gente precisa ter essa discussão fiscal no Brasil, ainda não está definido. Isso é um token de renda fixa ou renda variável? Não necessariamente. Vai ter que ter categorizações para dar diferentes incentivos. Uma coisa é o cara que tem um milhão de reais para investir em uma renda fixa, outra coisa é o cara que está ganhando um pedacinho em cada lugar.”

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