Imagem da matéria: CEO de exchange de criptomoedas que sumiu com R$ 700 milhões fez testamento dias antes de morrer
Gerald Cotten, o fundador da QuadrigaCX (Foto: Facebook/QuadrigaCX)

O caso da exchange canadense de criptomoedas QuadrigaCX, cujo dono morreu e teria levado para o túmulo R$ 700 milhões, ganhou um novo capítulo. De acordo a Bloomberg, que teve acesso ao processo na Justiça, Gerald Cotten, único responsável pelas chaves privadas das carteiras com criptoativos, apresentou um testamento 12 dias antes de morrer.

Cotten morreu em Jaipur, na Índia, em 09 de dezembro devido à doença de Crohn, mas a notícia chegou apenas há poucos dias, quando sua esposa, Jennifer Robertson, entrou com pedido de proteção ao credor na Suprema Corte da província de Nova Escócia, no Canadá.

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Ela alegou que somente o marido detinha as chaves privadas das contas da exchange. Apresentou, também, uma declaração de morte da empresa de funeral ‘JA Snow Funeral Home’.

A exchange ficou inacessível uma semana após a notícia da morte de Cotten, fundador e CEO da empresa com 363.000 usuários registrados. Dentre eles, 92.000 possuem saldos em conta.

Jennifer Robertson foi registrada no testamento como a única beneficiária e executora de todo o espólio de Cotten — eles não tiveram filhos.

Segundo documentos judiciais, a viúva herdou uma grande quantia (não divulgada) de ativos e de dinheiro que mantinha nos bancos Bank of Montreal e no Canadian Tire, carro de luxo de quase meio milhão de reais, iate e até mesmo um avião. É o que mostra o testamento de 27 de novembro de 2018.

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Cotten, cuja morte, segundo Robertson, foi repentina, levou consigo o acesso a US$ 180 milhões em Bitcoin, Ethereum, Bitcoin Cash, Litcoin e US$ 70 milhões em fiat, caso as chaves privadas não reapareçam.

O montante totalizou, então, 250 milhões de dólares canadense (cerca de R$ 700 milhões) pertencentes a 115 mil usuários.

Credor da exchange de criptomoedas

O juiz da Suprema Corte da Nova Escócia, Michael Wood, acatou o pedido de proteção ao credor da QuadrigaCX. A empresa não pode receber nenhum processo nos próximos 30 dias a partir do dia 05 de fevereiro, segundo o site.

De acordo com a reportagem da Bloomberg, Cotten estava sempre consciente da segurança — o laptop, os endereços de email e o sistema de mensagens que ele usava para administrar a empresa eram todos criptografados.

Nele estavam as chaves privadas e senhas de acesso a tudo que era relacionado às finanças da QuadrigaCX — contas bancárias, fundos de criptomoedas online e offline.

Robertson, que ficou de posse do computador, disse que não conseguiu o acesso ao dispositivo justamente por estar criptografado. Ela não possuía nenhuma chave privada.

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Segundo a viúva, o laptop era o único dispositivo que Cotten usava para conduzir tudo a respeito da exchange.

“O computador laptop do qual ‘Gerry’ conduziu os negócios é criptografado e eu não sei a senha ou a chave de recuperação. Apesar de vários esforços em buscas, não consegui encontrá-las em nenhum lugar”, diz o documento assinado pela viúva.

Caso sob suspeita

No Reddit, os usuários têm mostrado desconfiança do fato e até mesmo duvidado da morte do empresário.

“Precisamos de provas”, disse o usuário ‘kingsosshoota’. “Nós precisamos do endereço da carteira offline, fotos do cadáver, cópia do passaporte onde consta a entrada na Índia, imagens de câmera de segurança para ver quem estava com ele ou o que portava como bagagem”, concluiu.

Já um outro usuário, ‘justinbeebers’, fala diretamente em golpe e mentiras.

“Cotton planejou isso, forjou sua morte, instruiu Jennifer a interpretar o papel de ‘viúva desnorteada’ e passou a bola para os tribunais canadenses”.


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