“Revoluções precisam de regras”. Essa frase afirmada pelos irmãos Winklevoss, sintetiza a opinião deles, que nessa semana chegaram a publicar um anúncio no New York Times defendendo a regulação de criptomoedas, segundo publicação deles feita no Twitter.
O anúncio era de página inteira e os famosos gêmeos criaram polêmica na rede social após exporem o ponto de vista deles. No trend publicado na rede social, eles afirmam:
“Hoje, publicamos um anúncio de página inteira no @nytimes descrevendo o que achamos que a revolução da criptomoeda precisa para ter sucesso. Revoluções que constroem conjuntos de regras para garantir um futuro melhor são as que duram.”
A reação foi nada agrádavel e muitos responderam que o mercado de criptomoedas não precisa de regulação, mas sim de “regras de consenso” ou de “clareza”, e hou ve até os mais vorazes afirmando que quem precisa de regras são os gêmeos.
Tyler Winklevoss, um dos irmãos e Ceo da Gemini, também publicou um texto na Medium, intitulado “Os Princípios dos Gêmeos para a Revolução Cripto” (tradução livre do original em inglês “Gemini’s Principles for the Crypto Revolution”), pelo qual ele apresenta o ponto de vista dele e de seu irmão, Cameron Winklevoss. sobre as criptomoedas.
Nesse texto, Winklevoss disse que “a revolução criptográfica tem o potencial de resolver problemas significativos do mundo real que nenhuma outra tecnologia pode”, mas por outro lado, também afirma que isso só será possível por meio de regras.
Na visão dele , “revoluções que constroem conjuntos de regras para garantir um futuro melhor são as que duram” e nisso, ele traz nesse texto um “conjunto de princípios orientadores” formados por 5 passos, os quais tem sido seguidos pela Gemini.
O texto mais parece uma autopromoção do que realmente um artigo que visa expor opinião sobre o mercado, pois em cada um dos passos, Winklevoss fala de como a Gemini tem atuado nesse setor de criptomoedas.
Projeto Winklevoss
O primeiro passo é o de se criar regras. Winklevoss afirma que é necessário “trabalhar com os reguladores para estabelecer uma regulamentação ponderada que promova resultados positivos e justos para todos”.
Winklevoss disse que desde 2014 tem acompanhado as audiências sobre criptomoedas do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York (NYDFS) e que elas foram uma prévia para que houvesse “um diálogo ponderado entre o NYDFS e a comunidade de criptografia, que acabou levando ao New York Virtual Currency Regulations”.
O resultado, afirma Winklevoss, é que foram licenciadas doze empresas de criptomoedas, incluindo a Gemini, que hoje “operam dentro de uma estrutura regulatória que promove a proteção do consumidor.”
O segundo passo é justamente seguir as regras. E nisso, ele disse que a sua empresa esperou até 2015 para começar a operar
“Nossa decisão – pedir permissão, não perdão – foi a primeira em criptomoeda. Escolhemos esse caminho porque acreditamos que, para construir o futuro do dinheiro, precisamos primeiro criar confiança nessa nova classe de ativos”, afirma.
O passo seguinte é o de oferecer segurança. Quanto a isso, Winklevoss mostra que crimes financeiros não é uma particularidade das criptomoedas e têm afetado também a própria moeda fiduciária. Ele disse que “a revolução da criptografia não será bem-sucedida se nossa indústria for atormentada por atividades nefastas” que vão além da lavagem de dinheiro.
“Hackers de alto perfil que resultam em perdas catastróficas devem tornar-se uma coisa do passado e devemos abalar a imagem de uma indústria caracterizada por padrões de segurança, controles internos, políticas e procedimentos inadequados.”
Os últimos passos estão relacionados aos princípios que uma empresa deve ter como a de colocar os interesses de seus clientes “à frente e fornecer divulgações e transparência adequadas”, além de levar as criptomoedas para lugares onde as pessoas precisam delas.
Winklevoss trata das criptomoedas como o próximo estágio da evolução financeira mundial, comparando com a própria invenção do dinheiro que solucionou “a coincidência do dilema dos desejos e removeu os grilhões do escambo”.
“(…)a invenção das criptomoedas expandiu irrevogavelmente nosso conceito de dinheiro e mudará para sempre a forma como o trocamos, transferimos e armazenamos”.
O fato é que essas criptomoedas, mesmo sem regulação, já são uma ferramenta de grande utilidade para pessoas que precisam de dinheiro e vivem em países de regime autoritário, conforme já apontou Alex Gladstein, diretor de estratégias da Human Rights Foundation.
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