Ilustração da memcoin em Solana Bonk
Shutterstock

Um protocolo focado na criação de memecoins na rede Solana vem chamando atenção nos últimos dias. Trata-se do Pump.fun, cuja plataforma foi inundada por usuários sedentos por uma chance de viralizar no mercado cripto.

Isso aconteceu principalmente depois que o token GME, inspirado na varejista de jogos GameStop, decolou 1.900% em 24 horas na última segunda-feira (13). O token GME — mesmo ticker da GameStop na bolsa de valores -, foi lançado na Solana em janeiro deste ano.

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Na última terça-feira (14), juntamente com o reaparecimento de Keith Gill, mais conhecido como “Roaring Kitty” — uma figura da Internet que inspirou a disparada da GameStop em 2021 — veio o frenesi: 15 mil tokens foram criados em um período de 24 horas, sendo milhares deles com o tema da varejista de jogos, de acordo com um painel de análise da Dune.

Por sua vez, as ações da GameStop deram um salto de mais de 200%, entrando em correção apenas na quinta-feira (16).

O que é a Pump.fun?

Pump.fun é uma plataforma que permite a qualquer pessoa criar de forma fácil uma criptomoeda na rede Solana por aproximadamente 0,02 SOL, que equivale a cerca de R$ 15 no momento desta publicação.

Ao acessar o site do Pump.fun, a página afirma que é possível lançar um ativo “sem pré-venda e sem alocação de equipe”, bastando seguir alguns passos, mas também alerta para que o usuário que for apenas comprar uma moeda se certificar de que o token é seguro, ou seja, que ele leia o projeto.

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Mas como gerar recursos sem pré-venda?

O segredo está na receita gerada por taxas de swap de 1% dos usuários, ou seja, o sistema evita que o criador angarie fundos e aplique o golpe de rug pull. Fora isso, só a Pump tem acesso ao supply, ficando a formação do mercado do token por conta do seu criador.

No entanto, há de se atentar a alguns detalhes. Nada impede, por exemplo, que o criador do token faça uma compra maciça, inflando o preço para depois derrubá-lo, ou seja, o famoso pump and dump.

Outro ponto que o Pump.fun explica é que quando um token desperta interesse nos traders e faz liquidez suficiente — de no mínimo US$ 69 mil, ele recebe 2 moedas de SOL e seu ativo pode ser listado em uma exchange descentralizada chamada Raydium.

Passo a passo para criar um memecoin em Pump.fun

Criar uma moeda na rede Solana através do Pump.fun requer apenas alguns passos, como mostra um vídeo publicado pelo projeto no X. 

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  • Na página inicial, insira o nome, o ticker e a descrição da criptomoeda que deseja criar e suba uma imagem.
  • Em “show more options”, se desejar, insira informações adicionais, como uma conta no X ou de um website, por exemplo.
  • Nesse meio tempo, conecte sua wallet conforme indicação no canto superior direito, e insira o valor de compra do token.
  • Clique então em “Create coin”. O Pump.fun então vai debitar os centavos de SOL e emitir uma certa quantidade de tokens; Pronto, sua cripto foi criada.
  • Para constatar a criação, basta ir à página principal, clicando na pílula no canto superior esquerdo (lá o usuário pode também aderir às redes sociais do projeto).
  • Vá então em busca (search) e digite o nome de sua moeda — o site atualiza instantaneamente a cada moeda criada, causando um efeito de pisca-pisca.

“Pump.fun permite fairlaunch”

De acordo com Lucca Benedetti, especialista em criptomoedas e responsável por listagens no Mercado Bitcoin (MB), o Pump.fun oferece uma alternativa que permite um fairlaunch em um ambiente onde muitos projetos são apoiados por grandes fundos de venture capital, que lançam tokens com valuations astronômicos e acabam despejando esses tokens no varejo.

“A situação se agrava com a nova tendência de airdrops e farming de pontos, que exigem dos usuários mais tempo e dedicação, resultando em recompensas muitas vezes consideradas injustas, gerando atrito entre a comunidade e o projeto”, disse Benedetti.

Ele explicou que “um fairlaunch, especialmente no contexto de memecoins, tem o potencial de criar uma comunidade apaixonada, que pode, no futuro, transformar um projeto que começou como uma piada em algo sério”.

“Algumas comunidades já têm feito isso, adaptando seus projetos para atender a narrativas como as segundas camadas do ETH, entre outros exemplos. Sendo um claro contraponto aos projetos tradicionais, com o investimento dos grandes fundos”, finalizou.