Miniaturas de homens em cima de moeda de Bitcoin gigante fazendo medição pela metade
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A expectativa em relação ao halving se estabelece à medida em que o marco, que ocorre a cada quatro anos, se aproxima: neste ano, a previsão é que tenhamos o corte, pela metade, na emissão de bitcoins no dia 19 de abril.

Nesse contexto, o Mercado Bitcoin (MB) chama atenção para a relevância do evento e discorre, em congruência com os valores de educação financeira e democratização de acesso aos investidores, sobre os termos-chave que permeiam o halving. 

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Este mecanismo perpassa o equilíbrio de oferta e demanda. Geralmente, quando se diminui a oferta e mantém (ou aumenta) a demanda, a tendência é identificar um preço de equilíbrio maior para o ativo. Por isso, a expectativa, a longo prazo, é que o bitcoin se valorize cada vez mais, a partir do choque na oferta a cada quatro anos. O MB produziu conteúdo de análise do mercado de criptoativos, em relação ao halving do bitcoin de 2024. Para conferir, basta acessar este link e baixar o material. 

“Antes de entender o halving, é necessário entender a ideia de Satoshi Nakamoto”, aponta Rony Szuster, analista de Research do MB. Considerado o criador do Bitcoin, Satoshi viabilizou a ideia do Bitcoin em 2008, a partir de um incômodo em relação aos Governos e o controle das emissões da moeda.

Na crise financeira de 2008, nos Estados Unidos, diversos bancos se alavancaram – tinham hipotecas de residências, proviam bônus extravagantes aos diretores e CEOs e, por isso, acabaram sem o capital necessário para quitar compromissos estabelecidos. Assim, para evitar a falência de Bancos e as consequências negativas para a Economia, o Governo americano acelerou a emissão de moedas.

“Desse modo, o mecanismo de uso da moeda fiduciária, que a qualquer momento poderia imprimir mais dinheiro e inflacionar, trouxe a percepção de que, em casos de crise, as dívidas originadas seriam encaminhadas às pessoas que utilizam dessa moeda”, destaca Szuster.

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Nesse contexto, surge o halving. Satoshi Nakamoto pensou, como princípio do Bitcoin, em uma moeda que não fosse controlada por uma instituição regulamentada pelo Governo, mas relacionada ao próprio código intrínseco a ela. Tudo isso com o objetivo de que não fosse um ativo inflacionário, de modo a evitar a questão vista anteriormente.

Assim, para conseguir esse feito e, ainda, incentivar que os mineradores se mantivessem atraídos a proteger a rede do Bitcoin, foi criada a política econômica desta moeda. No início, existiam 50 bitcoins por bloco minerado, como recompensa, que a cada quatro anos é reduzida pela metade. Assim, em 2009, eram 50; em 2013, eram 25; em 2017, 12,5; em 2021, 6,25; em 2024, será 3,125, e assim sucessivamente. Desse modo, é possível limitar a quantidade máxima de moedas que irão existir.

Vale destacar que Satoshi dedicou as taxas de transação para os mineradores do Bitcoin. A ideia era que, conforme os halvings fossem acontecendo, o Bitcoin iria se valorizar – uma vez que o marco cria um choque na oferta de Bitcoins.

“No início, esse pagamento de emissão de Bitcoins por bloco, que a gente chama de Coinbase, é o que iria manter o interesse dos mineradores em proteger a rede. Depois, seriam justamente as taxas de transação – conforme o Bitcoin ia se valorizando, por conta dos novos equilíbrios de oferta e demanda, as taxas de transação (que são valores absolutos bem menores) alcançariam maior relevância, compensando os mineradores de longo prazo”, explica o analista do MB.

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Como atuam os mineradores do Bitcoin?

O Bitcoin nasce quando o minerador minera o bloco, e este é o único jeito existente de introduzir outros novos. O restante é apenas a transação de um saldo que já está circulando.

A mineração do Bitcoin é feita por meio da “prova de trabalho”. Nesse sentido, todos os mineradores, que disponibilizam máquinas para minerar Bitcoin, competem para realizar essa atividade em todos os blocos emitidos. A pessoa ou empresa que consegue realizar este feito de forma pioneira, ganha a recompensa do bloco.

Minerar, na prática, significa gerar a prova de trabalho – o minerador reúne os dados de transações que serão executados na rede e os transfere para uma função de Hash, um registro criptográfico, que garante a segurança de transações digitais. Nesse processo, nota-se a ausência de campo específico, chamado Nonce. Este, é o campo que o minerador varia, com força bruta (ou seja, por meio de tentativa e erro), até que encontre o Hash final.

Vale destacar que o único jeito de criar um Hash válido, ao final do processo, é identificar o valor do Nonce que torna todo esse bloco válido. O minerador que finaliza esse processo mais rapidamente e propaga a informação para a rede é aquele que será recompensado pela Coinbase e com as taxas das transações incluídas no bloco.

Assim, o ato de, após tentativa e erro, achar um Nonce, gerando um Hash válido para o bloco minerado, é considerado a prova de trabalho: o minerador precisa disponibilizar poder computacional e energia elétrica para conseguir identificar tais valores, o que garante a existência de trabalho e, consequentemente, a remuneração por esse esforço. Esse é o princípio da mineração.

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A mineração de Bitcoins como novo mercado

Na prática, quanto maior o poder de processamento, maior a probabilidade de encontrar um bloco. Por isso, empresas de mineração ou grandes mineradores, geralmente, têm galpões com diversas máquinas e contratos de energia elétrica descontados, com o objetivo de maximizar as chances de encontrar blocos e, assim, monetizar. Há, inclusive, empresas de mineração com capital aberto nos EUA, e a B3 fornece a possibilidade de se investir nelas via ETFs.

O minerador, nesse sentido, também assume o papel de ser um vendedor de mercado – conhecido como market maker. “Se ele minera o Bitcoin e identifica que o ativo está barato, provavelmente vai tentar guardar o máximo possível para vender depois; se está caro ou em um preço aceitável, provavelmente irá colocar esse Bitcoin no mercado. A pessoa ou empresa responsável por esse processo de validação, dessa forma, é o único ponto de entrada de novos Bitcoins”, diz Rony.

Por esse viés, os mineradores têm, ainda, o papel de agentes da rede Bitcoin: quanto maior é o poder de processamento, mais difícil é para um hacker, por exemplo, tentar atacar a rede.