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As criptomoedas e a tecnologia blockchain continuam a contar com grande apoio na América Latina e tiveram grandes avanços em processos regulatórios, mesmo enfrentando ainda desafios como a obtenção de informação clara sobre seu funcionamento. Além disso, há um forte sentimento junto ao público de que os governos nacionais precisam se esforçar para regulamentar o tema.

Esses são alguns dos insights verificados a partir da quinta edição anual do ebook da Sherlock Communications sobre a adoção de blockchain em 21 países da região, incluindo o Brasil..

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Além do ebook, uma pesquisa online exclusiva foi conduzida pela Sherlock Communications no mês de fevereiro, com 3,438 pessoas de seis países latino-americanos – Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru – para entender a opinião pública sobre blockchain e criptomoedas. No Brasil, 827 respondentes aderiram à pesquisa, entre usuários e não usuários de cripto.

De acordo com o levantamento, quase um em cada cinco latino-americanos (19%) disse que já investe em criptomoedas, um número 73% maior que os 11% reportados pela edição de 2023. No Brasil, o investimento em cripto acompanhou a tendência na região e saltou 71%, de 14% em 2023 para 24% neste ano. 

As razões mais mencionadas pelos brasileiros para investimento em cripto foram a de guardar dinheiro para o futuro, citada por 45% daqueles que já investem no ativo, enquanto 35% disseram ver cripto como um meio de complementar seus ganhos. Por outro lado, entre os que não investem em cripto no momento, 49% disseram que ainda não entendem o suficiente sobre o assunto para ingressar nesse mercado.

Regulamentação vista como importante

A pesquisa também destacou o forte apoio a ações regulatórias relacionadas a criptomoedas no Brasil, onde 78% disseram concordar com mais normativas direcionadas a regulamentar criptoativos no país. Em linha com essa percepção, 68% disseram discordar de medidas que venham a restringir sua adoção.

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Desde meados do ano passado o Brasil conta com uma legislação específica para os chamados ativos virtuais, tendo o Banco Central como organismo regulador. A autoridade monetária brasileira também promoveu recentemente uma Consulta Pública com o objetivo de coletar sugestões de empresas, grupos de pesquisa e pessoas comuns para a regulamentação cripto no país.

“Esses dados reforçam a tendência de consolidação da adoção de criptomoedas no Brasil, liderando a América Latina e transformando o país em um exemplo a ser seguido por outras nações. Tanto as empresas quanto os usuários nos mostram o quão maduro é o mercado de criptomoedas no Brasil, apesar de algumas barreiras relacionadas à obtenção de informação segura e correta”, disse Luiz Hadad, especialista em blockchain na Sherlock Communications.

Seguindo a tendência da América Latina, a tecnologia blockchain apresenta uma excelente reputação no Brasil e é vista como algo que gera impactos positivos em áreas além dos setores empresariais e do mercado financeiro.

De acordo com a pesquisa, 59% dos brasileiros entrevistados pela Sherlock Communications concordam que o blockchain pode revolucionar a forma como os governos mantêm registros de saúde, enquanto 58% veem essa tecnologia como uma ferramenta para impacto positivo em comunidades subdesenvolvidas e 60% confiam na blockchain como uma forma segura de enviar doações para organizações não governamentais.

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CBDCs e DREX

A pesquisa exclusiva também questionou os brasileiros sobre as Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCs), que são versões digitais das moedas fiduciárias em cada país, com a autoridade monetária local como órgão emissor. A questão foi formulada devido ao processo em andamento no Brasil para desenvolver o DREX, uma versão digital do real brasileiro, que está implementando o conceito de dinheiro programável, uma característica que pode aumentar a transparência e reduzir a burocracia.

De acordo com os dados da Sherlock Communications, as CBDCs são vistas pelos brasileiros como uma ferramenta que pode ajudar a combater a corrupção (59% concordaram com essa afirmação) e como algo que deve otimizar os pagamentos e reduzir a burocracia (74%).

No entanto, 65% dos entrevistados admitiram não entender o suficiente sobre o tema ainda, e 56% mencionaram as moedas digitais emitidas pelo Banco Central como uma forma de os governos monitorarem os hábitos de consumo da população.

“Há uma perspectiva positiva sobre moedas digitais em toda a América Latina, incluindo o Brasil, mas ainda há um extenso trabalho a ser feito pelos governos nacionais e pela comunidade cripto em geral em termos de educar a população sobre o tema. Precisamos simplificar a narrativa das criptomoedas e das CBDCs para que as pessoas possam entender o que está mudando. Precisamos não apenas informar as pessoas sobre a tecnologia em si, mas sobre o que a tecnologia nos permitirá fazer coletivamente,” concluiu Hadad.