Uma cold wallet da GAS Consultoria foi movimentada na sexta-feira (27), tendo sido transferidos dez bitcoins (R$ 1,7 milhão) para a conta de uma corretora centralizada. As informações são do jornal O Globo, que utilizou dados da BlockSeers, empresa de perícia e investigação em blockchain.
Segundo o jornal, foi a quarta movimentação de bitcoins ligados à GAS desde agosto de 2021, quando grande parte da diretoria da empresa acusada de ser uma pirâmide financeira foi presa. As suspeitas de movimentação recaem sobre Mirelis Yoseline Dias Zerpa, esposa de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó do Bitcoin”, que aguarda julgamento em cárcere fechado.
Mirelis já admitiu que transferiu R$ 1 bilhão em Bitcoin para uma cold wallet logo após as prisões terem sido efetuadas. Ela afirma que fez o movimento para continuar pagando clientes da GAS Consultoria, mas a empresa parou de distribuir dinheiro ainda em agosto de 2021.
Em dezembro de 2021, usando uma conta na Binance, Mirelis transferiu o equivalente a R$ 2,3 milhões para a irmã, Noiralis. Já em março deste ano, a cold wallet da GAS Consultoria mexeu em 94 Bitcoins. Foi desse montante que saíram os BTCs movidos na sexta (27). Essa carteira, inclusive, é identificada nos processos da Justiça Federal como sendo de Glaidson.
A defesa de Mirelis disse ao jornal que irá se pronunciar sobre o episódio, mas ainda não divulgou nenhum posicionamento até a publicação desta reportagem.
Rede internacional para lavagem de dinheiro
Segundo reportagem do jornal O Globo publicada em abril deste ano, a família de Mirelis Zerpa manteve uma rede de empresas no exterior para lavar dinheiro da GAS Consultoria.
Conforme aponta o jornal, a informação decorre de clientes lesados que foram ouvidos por especialistas locais.
Um dessas companhias funcionou na Colômbia por cerca de três anos para injetar dinheiro de origem desconhecida no mercado de câmbio local. A empresa, identificada como Consultoria Y Tecnologia Avanzada S.A.S, estev operacional entre março de 2020 e dezembro de 2022 na cidade colombiana de Medellín.
O objetivo, segundo as testemunhas, seria lavar dinheiro para ocultar os ganhos oriundos de golpes em vários países do esquema transnacional de pirâmide financeira criado pela GAS Consultoria.
Conforme apurou O Globo, a Consultoria Y Tecnologia Avanzada foi registrada nos nomes de Noiralis Zerpa, irmã de Mirelis, e Juan Pablo Bonilla Guzman, que teriam sido usados como ‘laranja’’.
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