Imagem da matéria: Criptomoedas são os produtos mais discutidos por influencers de finanças no 1º semestre
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Mesmo com um mercado praticamente parado e ainda na esteira da crise da FTX desencadeada no fim do ano passado, as criptomoedas ficaram entre os temas mais tratados por influenciadores de finanças no primeiro semestre de 2023, segundo relatório da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) publicado na semana passada.

As criptomoedas foram líderes no ranking de produtos específicos abordados nas postagens dos influencers, com 26,1% do volume de menções e uma média de 2.988 interações. Elas foram seguidas por “moedas” (25,9% do volume) e “dividendos” (15%).

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Produtos mais mencionados por influenciadores de finanças no 1º semestre de 2023 (Fonte: Anbima)

Segundo a Anbima, há diferenças, entretanto, de assuntos prediletos dos influenciadores e do público. “Enquanto 93% das menções são concentradas em renda variável, o engajamento é, em média, 118% maior quando o conteúdo abrange renda fixa”, diz o relatório da associação.

O levantamento explica que a instabilidade econômica global e as oscilações nos preços das principais criptos, como Bitcoin (BTC) e Ether (ETH), fez com que o tema continuasse popular entre os influenciadores. Segundo a associação, o Portal do Bitcoin está entre os veículos que mais abordam o tema de criptomoedas no país.

“Apesar de as moedas digitais se manterem como o ativo mais popular entre os finfluencers, a produção de conteúdo sobre elas recuou 18% em relação ao segundo semestre de 2022”, ressalva a Anbima sobre o momento do setor.

De modo geral, as criptomoedas ficaram em terceiro lugar entre os temas mais tratados pelos influenciadores, com 9,4% do volume de menções. Elas só ficaram atrás do mercado de ações (48,9%) e da economia brasileira (10,5%).

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Mercado de ações lidera publicações de influencers brasileiros (Fonte: Anbima)
Mercado de ações lidera publicações de influencers brasileiros (Fonte: Anbima)

Por outro lado, dentre os 10 temas destacados no relatório, “criptomoedas” foi o que registrou o menor volume de interações dos seguidores, com uma média de 573, o único assunto a ficar abaixo de 1 mil interações.

Regras mais rígidas para influenciadores

Recentemente, a Anbima divulgou novas regras – que entram em vigor dia 13 de novembro – para a atividade de influenciadores no mercado financeiro, sendo a principal delas a necessidade que fique explícito quando um material fizer parte de publicidade para alguma marca.

Outra regra é a responsabilização das instituições contratantes pelos influencers sobre a “veracidade das informações divulgadas e sua completude, de modo a não levar o investidor a erro” e a garantia de que os “contratados possuam, caso aplicável, as devidas certificações necessárias” para abordar o conteúdo em questão, como certificados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Porém, no caso das criptomoedas também existe um Projeto de Lei, resultado da CPI das Pirâmides Financeiras, que complementa a regra da Anbima e que impacta os influenciadores. O projeto de lei é mais abrangente e contempla também as celebridades que fazem propagandas para empresas cripto.

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A proposta, que faz parte de um conjunto de quatro PLs sugeridas ao fim da CPI, visa a criação de uma nova lei para disciplinar a contratação de influenciadores digitais para qualquer tipo de anúncio ou propaganda ligada a criptomoedas onde houver benefícios e vantagens para as partes.

“A relação contratual onerosa entre influenciador e seu contratante — ou contratos feitos por intermediários — deve ser divulgada por meio de aviso, de forma clara e facilmente visível, em todas as manifestações do influenciador a respeito dos produtos ou serviços anunciados”, diz um trecho do texto.

Leia também: Entenda os projetos de lei para o mercado cripto propostos pela CPI das Pirâmides

Como justificativa para a criação do PL, a comissão disse que ao longo dos trabalhos da CPI das Pirâmides Financeiras foi constatado que muitos criminosos que organizaram pirâmides financeiras se valeram da contratação de influenciadores digitais para atrair vítimas para seus golpes.

Entre os objetivos do projeto de lei está o incentivo para que os influenciadores sejam mais prudentes ao analisarem propostas de contratação para publicidade ligadas ao mercado cripto.