O que é um ETF de Bitcoin à vista? Antes de entendermos precisamos falar um pouco sobre investimento em criptomoedas. Isso porque a modalidade deixou de ser algo restrito a entusiastas de tecnologia e hoje já faz parte do portfólio de milhões de pessoas ao redor do mundo. Além de comprar diretamente ativos como Bitcoin e Ethereum, os investidores podem ter exposição ao setor de forma mais estruturada, usando instrumentos do mercado financeiro tradicional.
Um desses instrumentos são os ETPs, sigla em inglês para “Produtos Negociados em Bolsa”, categoria que reúne produtos financeiros como ações, mas que não representam participação em uma empresa e sim exposição a um ativo específico. Dentro desse grupo existem diferentes modalidades, com os ETFs (Fundos Negociados em Bolsa) sendo um dos mais conhecidos.
Os ETFs funcionam como fundos de investimento que permitem ao investidor comprar uma cota para se expor indiretamente a um ativo, que pode ser Bitcoin, ouro, petróleo e muito mais. Assim, é possível investir em índices, setores da economia de prática e regulamentada.
No caso do ETF de Bitcoin à vista, a diferença crucial está no “à vista”: esse tipo de fundo adquire e mantém bitcoins reais em custódia, em vez de apenas espelhar o preço por meio de contratos futuros ou outros derivativos. Dessa forma, quem investe no ETF não precisa se preocupar com chaves privadas ou corretoras — basta negociar as cotas diretamente na bolsa de valores.
Esse tipo de ETF já existia no Canadá e no Brasil desde 2021, mas ganhou repercussão global quando estreou nos Estados Unidos em janeiro de 2024, após um longo tempo sob análise da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). Houve então a entrada de gestoras de peso como BlackRock e Fidelity.
A chegada dessas instituições tradicionais trouxe mais credibilidade, aumentou a liquidez do mercado e representou um passo importante na integração entre o sistema financeiro e o universo das criptomoedas. A Europa teve mais sorte, com a Jacobi Asset Management, com sede em Londres, lançando o primeiro ETF Bitcoin da Europa no dia 15 de agosto de 2023.
Os três maiores ETFs de Bitcoin à vista são o iShares Bitcoin Trust (IBIT), da BlackRock, que lidera com cerca de US$ 82,4 bilhões sob gestão e mais de 745 mil BTC em custódia; o Fidelity Wise Origin Bitcoin Fund (FBTC), da Fidelity, com US$ 22,1 bilhões e aproximadamente 200 mil BTC; e o Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), da Grayscale.
Esses valores são chamados de AUM (Assets Under Management, ou “ativos sob gestão”), que representam o total de recursos financeiros administrados por cada fundo em nome dos investidores.
O primeiro ETF foi lançado em 1993 e tornou-se popular como forma de os investidores individuais aplicarem em um grupo de ativos de uma só vez. Então, se você quisesse investir nas 500 maiores empresas dos EUA ao mesmo tempo, poderia comprar ações de um ETF S&P 500.
Em junho deste ano, O ETF de Bitcoin à vista da BlackRock se tornou o ETF mais rápido a bater uma capitalização de US$ 70 bilhões, superando o recorde que até então era do ETF de ouro SPDR Gold Shares (GLD).
Como investir em ETF de Bitcoin no Brasil
Relembrando, um ETF de Bitcoin à vista é um produto financeiro projetado para fornecer aos investidores exposição ao preço real do Bitcoin, permitindo-lhes negociar e investir na criptomoeda sem a necessidade de possuí-la diretamente.
Existem hoje diversas opções de ETFs disponíveis na B3, de diferentes gestoras. Há fundos que replicam o desempenho de uma única criptomoeda, como o Bitcoin, e fundos que combinam uma cesta diversificada de ativos.
No Brasil, você pode investir em Bitcoin à vista por meio de ETFs disponíveis na B3, como o BITH11 (Hashdex), BITI11 (Itaú), QBTC11 (QR Capital) e o IBIT39 (BDR da BlackRock). Cada um segue um índice de referência diferente, como Nasdaq, Bloomberg, CME ou o próprio ETF IBIT dos EUA. Qualquer investidor pode comprar ETFs em corretoras tradicionais.
Para investir em ETFs de Bitcoin, o investidor precisa ter conta em uma corretora de valores habilitada a operar na B3 e acessar o home broker. Vale lembrar que, assim como a maioria dos investimentos, existem custos, como taxa de administração, o que pode impactar a rentabilidade.
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