Imagem da matéria: Inflação do Ethereum está de volta? Oferta da moeda cresceu R$ 247 milhões em um mês
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Os fãs de Ethereum elogiaram amplamente a Fusão (The Merge) do ano passado como um evento decisivo que estabeleceria permanentemente o ETH como “ultrasound money”. A transição histórica do Ethereum do consenso de prova de trabalho (PoW) para prova de participação (PoS) em setembro passado reduziu a emissão do ETH em 90%, e muitos dos chamados maximalistas de Ethereum estavam convencidos de que a mudança conquistaria o status do ETH como uma moeda deflacionária que, a partir de então, só se valorizaria. 

Um ano depois, as coisas não parecem tão certas.

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Somente nos últimos 30 dias, a oferta global de ETH aumentou em quase 30 mil ETH, o equivalente a cerca de US$ 47,9 milhões (R$ 247 milhões), de acordo com o agregador de dados ultrasound.money.

Esse aumento acentuado na quantidade de ETH em circulação deve-se principalmente a um declínio igualmente acentuado no fluxo de transações na rede Ethereum: muito menos negociações de NFT e muito menos atividade no meio DeFi

Desde 2021, a rede Ethereum opera com um mecanismo de queima de taxas: quanto mais tráfego na rede, mais os preços do gás — que são necessários para concluir as transações na rede — aumentam. Quanto mais altos forem os preços do gás, mais o ETH é “queimado” pela rede ou permanentemente removido de circulação. 

Ultimamente, as taxas de gás do Ethereum caíram a níveis bem baixos — uma transação média na rede custa atualmente 7 gwei, ou apenas US$ 0,24. Uma transação média no mercado de NFTs OpenSea custa cerca de US$ 0,94.

Compare isso com pouco mais de um ano atrás: durante a venda da coleção Otherside da Yuga Labs em maio passado, por exemplo, os usuários da rede queimaram mais de US$ 157 milhões em Ethereum para gerar apenas 55 mil NFTs de escrituras de terras virtuais: uma média de US$ 2.854 apenas em taxas de transação.

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Embora as baixas taxas de gás possam ser boas para o usuário médio do Ethereum, elas também levam à queima de menos ETH — e, portanto, a aumentos na oferta global de ETH. 

Preocupações com a inflação do Ethereum

A recente tendência inflacionária do Ethereum causou uma preocupação entre os usuários de criptomoedas e investidores que temem que as tendências atuais possam significar problemas para a saúde financeira de longo prazo da rede. 

Mas a equipe por trás do Ethereum parece em grande parte despreocupada com o desenvolvimento. 

“Suspeito que nenhum dos principais desenvolvedores se importe”, disse Micah Zoltu, um desenvolvedor do Ethereum ao Decrypt, quanto às atitudes dos seus colegas sobre o assunto. “Se você olhar para o grande esquema das coisas, é insignificante.”

Danno Ferrin, outro desenvolvedor do Ethereum, disse que não estava preocupado com a recente disparada inflacionária do ativo. 

“Ainda está abaixo da máxima histórica [de oferta de ETH]”, disse Ferrin. “E a inflação de curto prazo [do Ethereum] está bem abaixo de outras cadeias e da economia como um todo.”

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A inflação tem estado consistentemente em ascensão global desde o ano passado; nos Estados Unidos, os preços subiram em junho passado à taxa homóloga mais acentuada registrada desde 1981. Em resposta a este clima econômico, o Federal Reserve dos EUA aumentou repetidamente as taxas de juro, um movimento que persistentemente baixou os valores de criptomoedas como Bitcoin e Ethereum.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.