A Polícia Federal está realizando uma operação de condução coercitiva nesta terça-feira (3) para levar o trader Gleidson da Costa Gonçalves, dono da Grow Up Club, para Brasília para que ele seja ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras.
A informação foi confirmada para a reportagem pela assessoria do deputado Caio Vianna (PSD/RJ), responsável pelo pedido para que Gleidson fosse ouvido na CPI há um mês. A operação ocorreu em Campos dos Goytacazes (RJ) e a PF está levando o executivo para Brasília para a sessão da tarde de hoje.
Gleidson havia sido convocado pela comissão para ser ouvido na condição de testemunha, mas não compareceu à Câmara dos Deputados, nem deu explicações sobre os motivos da sua abstenção. Por conta disso, houve o pedido de condução coercitiva para obrigá-lo a comparecer presencialmente na CPI nesta tarde.
A sessão desta terça está prevista para começar às 14h30 e tomará depoimentos de pessoas ligadas à empresa de viagens 123 Milhas, além de Gleidson, que deve ser o último a ser ouvido.
A Grow Up é uma empresa que captava dinheiro dos investidores com a promessa de entregar rendimentos acima do normal com o suposto trade de criptomoedas, assim como a maioria das companhias envolvidas na CPI das Pirâmides.
No caso do negócio de Gleidson, um grupo de cerca de 300 clientes passaram a acusar a Grow Up de ter aplicado um golpe ao deixar de pagar os rendimentos prometidos aos investidores desde janeiro.
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Grow Up
Criada em 2019, a empresa operava com foco em Campos dos Goytacazes (RJ), estado que ganhou o apelido de “Novo Egito” pelo grande número de pirâmides financeiras que se proliferaram na área, sendo a GAS Consultoria, do “Faraó do Bitcoin”, a mais famosa delas.
No requerimento para convocação de Gleidson para a CPI há um mês, o deputado Vianna disse que “desde dezembro de 2022, a empresa tem atrasado o pagamento dos seus clientes”. “Sob a alegação de problemas operacionais, o presidente da empresa, Gleidson Costa, tem sido incapaz de cumprir com as obrigações financeiras assumidas com os investidores, causando prejuízos significativos”, diz o pedido.
“Gleidson Costa atribui a falta de uma conta bancária e a suposta necessidade de uma conta no exterior como razões para os atrasos nos pagamentos”, continua o texto.
Em julho, um grupo de 14 investidores que, juntos, perderam R$ 1,5 milhão investindo com Gleidson, fez um boletim de ocorrência coletivo acusando o executivo de estelionato — crime que desde que entrou em vigor a Lei de Criptomoedas (Lei 14.478/22) resulta em punição ainda maior caso envolva ativos digitais.
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