Pessoas formam um círculo para mostrar seu bitcoin uns aos outros
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Uma métrica importante do Bitcoin está perto de chegar em um número recorde: a proporção de BTCs que estão nas mãos de “hodlers” de longo prazo (a sigla em inglês é LTH, para ‘long term hodlers’). Atualmente, 75,8% desses ativos estão parados com esses investidores, sendo que o auge foi em 2015 com pequena margem acima disso (um total que na época não chegou a 80%).  

Os números foram levantados pelo perfil @therationalroot do X (antigo Twitter), que abordou o tema em sua newsletter de análises de métricas de Bitcoin.

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No gráfico abaixo, o autor mostra que o índice de BTCs nas mãos de LTHs só esteve maior por um porcentagem muito pequena em 2015 (o valor exato não é apontado na visualização, mas está entre os 76% e 79%). O destaque em círculo violeta foi feito pela reportagem do Portal do Bitcoin para facilitar a identificação do momento de recorde de 2015:

Oferta de Bitcoin com investidores de longo prazo (Fonte: @Tberationalroot)

Qual a importância desses dados?

Historicamente, altas taxas de Bitcoins nas mãos de LTHs precedem altas de preços do ativo. A lógica é que os “long time hodlers” acumulam BTC e não vendem com preços baixos; quando ocorre uma alta de preços (que tem como gatilho um halving), esses investidores vendem a criptomoeda para realizar lucros; o resultado é que o índice de dominância dos LTHs cai e depois volta a subir conforme esses investidores voltam a comprar.

Os destaques em violeta do gráfico abaixo mostram bem essa tendência: geralmente um ano após o halving, o preço do Bitcoin sobe e o índice de LTHs despenca.

Oferta de Bitcoin com investidores de longo prazo (Fonte: @Tberationalroot)

Com o próximo halving já muito perto, previsto para 17 de abril do ano que vem, os dados apontam que a tendência pode se repetir.

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Análise do especialista

O Head da área de Research do MB (Mercado Bitcoin), André Franco, afirma que os dados apresentados por @therationalroot estão em linha com as informações que levanta nas suas pesquisas diárias.

Porém, o especialista ressalta que não há correlação direta entre o acúmulo dos investidores de longo prazo e o aumento do preço do Bitcoin.

Mesmo indicando que não há uma correlação comprovada, Franco aponta que a ideia de que o preço possa seguir um padrão de alta “é muito clara”. O pesquisador explica: “É o que chamamos de ‘supply squeeze’: a ideia de que você não vai ter suprimento suficiente de Bitcoin quando as pessoas demandarem esses Bitcoins”. 

No caso, a demanda fica estrangulada pelo fato de grande parte dos Bitcoins estarem nas mãos de pessoas poucos dispostas a vender. Quando o preço se torna favorável, esse grupo começa a realizar os lucros.

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Sobre a relação dos LTHs com o halving, ele explica que a mudança na compensação da mineração seria um “drive de preço”. “No momento que o preço vai subindo,  a pessoa vai se desfazendo da sua posição, porque ele comprou muito barato”, explica.