Apesar de ter sido um mês negativo para o preço do Bitcoin (BTC), julho marcou uma recuperação de receitas e lucratividade para os mineradores da maior criptomoeda. Foi registrado um aumento de 10,1% nas receitas no período, para o total de US$ 863 milhões, segundo o diretor de pesquisas do The Block.
O lucro médio estimado por hashrate também subiu de um mês para outro, segundo o Cryptonomist. Os mineradores de Bitcoin lucraram, em média, US$ 0,08 por TH/s por dia em julho, em contraste com US$ 0,07 de lucro em junho para a mesma métrica.
Também houve aumento de lucratividade por TH/s, entre junho e julho de 2023, no gráfico de Hashprice — índice desenvolvido pela mineradora Luxor que mede o retorno esperado por hashrate em dólar ou satoshis (a menor unidade do Bitcoin). Maio, no entanto, foi o melhor do último trimestre.
TH/s diz respeito à terahashes por segundo e 1 TH equivale a um trilhão de hashes. Hash é o cálculo computacional realizado no proof-of-work por mineradores de Bitcoin, para validar transações na rede e competir pela descoberta dos blocos e coleta de suas recompensas.
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No âmbito do poder computacional e hashes, julho também deixou sua marca histórica na rede do Bitcoin. Foram computados 453 EH/s (exahashes por segundo) apenas no dia 08 deste mês, sendo o valor diário mais alto já registrado na rede, segundo dados do mempool.space. 1 EH é igual a um milhão de terahashes.
Há um ano atrás, a média de hashrate diária no período era de cerca de 200 EH/s.
Dificuldade de mineração do Bitcoin
Se a hashrate sobe, a dificuldade de mineração também é ajustada para cima — fazendo necessária uma maior quantidade de hashes para o descobrimento de um único bloco.
Em 12 de julho a dificuldade também atingiu sua máxima histórica em 53,91 TH necessários para minerar um único bloco. Isso ocorreu logo após o primeiro ajuste negativo em dois meses.
O ajuste mais recente (25 de julho) reduziu a dificuldade para 52,32 TH, ainda mantendo esta métrica acima dos níveis do mês anterior — que já havia passado por altas constantes.
No entanto, nem mesmo o aumento de dificuldade (que aumenta os custos de mineração) e a queda de preço do BTC em julho atrapalharam os grandes mineradores que têm conquistado cada vez mais participação de mercado sobre os demais, conforme os resultados gerais de aumento de receitas e lucratividade.
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Bitcoin fechou o mês de julho com queda de 4,06% — entre a abertura do mês em US$ 30.469 (01 de julho) e seu fechamento em US$ 29.231 (31 de julho) — segundo o TradingView. Junho havia sido positivo, com um aumento de 11,94%, também considerando abertura e fechamento mensal.
Nem tudo são flores para os mineradores de Bitcoin
Em contraponto aos dados anteriores, o site MacroMicro estima que os mineradores de Bitcoin têm operado com custos superiores ao preço de BTC no mercado à vista há mais de um ano, apresentando assim resultados negativos.
Estes dados são médias que consideram estimativas de custo fornecidas pela Universidade de Cambridge — calculadas a partir da dificuldade de mineração, consumo energético mundial, custo energético em regiões de alta concentração de mineradores e outros fatores.
Estima-se um custo médio de US$ 34.739 por Bitcoin minerado em 29 de julho, para um preço de venda de US$ 29.595 por BTC nesta quarta-feira (2).
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