Imagem da matéria: “Os BRICS vão 'desdolarizar' o mundo: adeus EUA”, diz autor de Pai Rico Pai Pobre
Dilma Rousseff e Valdimir Putin durante encontro em 2015 (Ricardo Stuckert/PR)

O autor do livro best-seller “Pai Rico, Pai Pobre”, Robert Kiyosaki, parece ver a 15ª Cúpula do BRICS, agendada para acontecer entre 22 e 24 de agosto em Joanesburgo,a África do Sul, como uma ameaça para a moeda dos Estados Unidos e sua dominância financeira no mundo, conforme tweet publicado nesta quinta-feira (27).

“GUERRA DE GANGS: 22 de agosto de 2023 aproximadamente 41 nações, possivelmente até a França, se unem na África do Sul para ‘desdolarizar’ o mundo”, disse Kiyosaki em um tweet nesta quinta-feira (27). “Proposta: as nações do BRICS lançarão “bric” seu dinheiro. 1 bric = 1 onça de ouro = US$ 3.000. Adeus EUA.”

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Os BRICS – sigla com as iniciais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – é um grupo de países formado por nações emergentes pertencentes ao chamado “sul geopolítico”, que surgiu como uma forma alternativa de organização internacional frente aos EUA e aos países europeus.

O conhecido escritor e investidor acredita que os líderes do BRICS estão agindo com outros países aliados para diminuir o domínio do dólar norte-americano no mundo. Ele especula sobre o lançamento (ainda não confirmado) de uma moeda única chamada “BRIC”, que supostamente seria lastreada ao preço de uma onça de ouro.

No início de julho, Robert Kiyosaki já havia realizado uma previsão sobre o preço do Bitcoin (BTC) em US$ 120 mil, como consequência deste evento em agosto. A previsão também faz referência à mais recente projeção do banco britânico, Standard Chartered, que vê o BTC chegando a US$ 50 mil neste ano e batendo US$ 120 mil em 2024.

Apesar desta previsão de Kiyosaki não possuir nenhuma evidência tangível, o autor há tempos se pronuncia sobre uma suposta “morte do dólar”, recomendando a compra de ouro, prata e Bitcoin.

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“Se prepare para o crash: compre ouro, prata e Bitcoin”, disse o Pai Rico no dia 26 de junho, enquanto compartilhava uma experiência gastronômica com seus seguidores.

“Pouso suave? Pouso forçado? Ou pouso explosivo? Eu digo pouso explosivo. Espero estar errado, mas é nisso que acredito. A corrupção é alta e os líderes corruptos”, comentou Robert Kiyosaki sobre falas de Jerome Powell em maio. “Compre ouro, prata e Bitcoin. Ainda é o melhor seguro contra corrupção e incompetência”, disse o escritor.

Outras falas recentes também envolvem: “Bitcoin não precisa de resgate do FED ou do governo, porque o BTC é o dinheiro do povo e vai para $100 mil. Vida longa ao Bitcoin.” E ataques mais diretos ao governo: “Aposto no Bitcoin por causa dos mentirosos no governo dos EUA”.

Dilma e Putin defendem uso de moedas locais no BRICS

A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, em inglês) do BRICS, a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, se reuniu com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na quarta-feira (26) em caráter institucional justamente como preparativo para a 15ª Cúpula do BRICS.

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Após encontro entre os dois líderes do bloco econômico composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS); Dilma defendeu a formação de um sistema “mais multipolar e multilateral”, permitindo a captação de recursos do NDB em moedas locais. O que era historicamente realizado com o dólar norte-americano.

“Não tem nenhuma justificativa para que os países em desenvolvimento não possam estabelecer entre si troca em moeda local. A nossa estratégia 2022-2026 estabelece que 30% das nossas captações têm de ser em moeda local”, disse Dilma.

Vladimir Putin defendeu que os países do BRICS devem trabalhar em prol de interesses comuns, inclusive na esfera financeira, segundo o Carta Capital. Ele afirmou que pagamentos em moedas nacionais no comércio entre os países do bloco estão se expandindo e avaliou que o NDB pode desempenhar um papel neste tema.

Putin — que está impedido de participar da reunião em agosto graças a um mandado de prisão internacional devido à invasão da Ucrânia — acrescentou que o dólar tem sido usado como um instrumento de luta política.