A primeira metade de 2023 não foi um ano lucrativo para criminosos que, de alguma forma, utilizam criptoativos. Somando o total faturado até o momento, os crimes com criptomoedas renderam 65% menos do que no mesmo período de 2022 — sendo ataques de ransomware o único tipo que apresentou crescimento.
As informações constam de um relatório da empresa de análise de dados Chainalysis, publicado nesta quarta-feira (12).
São US$ 5,22 bilhões a menos no total recebido por entidades ilícitas, entre diversas categorias de crimes com criptomoedas. Neste número, os recebimentos originados de serviços de mistura de moedas (coin-mixers) e exchanges de alto risco diminuíram 45% esse ano, em relação ao primeiro semestre de 2022.
Golpes (scams) com criptoativos — quando o criminoso leva a vítima ao erro por meio de fraude — foi a categoria mais reduzida entre os crimes com criptomoedas, perdendo 77% de faturamento no período analisado.
Os golpistas receberam US$ 3,32 bilhões a menos do que no ano passado. O que a Chainalysis considera surpreendente, levando em conta um cenário de preço mais positivo, com o Bitcoin (BTC) registrando cerca de 80% de alta de janeiro a junho de 2023.
Segundo a empresa de análise onchain, mercados de alta normalmente deveriam favorecer a aplicação de golpes — com os criminosos se aproveitando do sentimento positivo, euforia e FOMO presentes no varejo.
Entre os outros crimes com criptomoedas, “ataques hacker” perderam pouco mais de US$ 1,1 bilhão em faturamento; e a categoria “Administradores Cibercriminosos” registrou US$ 839 milhões menos de entrada de dinheiro.
Outras tipologias tiveram uma variação abaixo de US$ 100 milhões, como: “outros malwares”, “mercados darknet”, “material de abuso infantil” e “lojas de fraude”.
No entanto, os crimes de sequestro de dados — conhecidos como ransomware — registraram crescimento neste primeiro semestre, em relação ao ano anterior. Foi o único crime com criptomoeda que conseguiu recompensar mais seus autores, extraindo mais capital de suas vítimas.
São US$ 175 milhões a mais extorquidos através do pedido de resgate em criptoativos para a recuperação ou proteção de dados capturados pelos criminosos, que normalmente agem mediante grupos organizados.
Golpes com criptomoedas e Ransomware
Dos golpes com criptomoedas, os realizados através da impersonificação de uma figura pública viram 45% mais depósitos/envios realizados. Mas que tiveram um menor ticket médio, já que também foi observada a queda de 23% do total faturado.
No que diz respeito aos ataques de ransomware. O aumento do volume financeiro gerado com esse crime pode ser explicado por uma mudança comportamental dos criminosos — que passam a buscar mais “peixes grandes”, focando em um número menor de grandes vítimas, ao invés de massificar uma maior quantidade de alvos com menos poder financeiro.
Estes crimes com criptomoedas mais sofisticados têm ganhado protagonismo em 2023 e algumas entidades conhecidas se destacaram. BlackBasta e Cl0p são grupos criminosos especializados em sequestro de dados (ransomware), conhecidos por serem muito seletivos sobre suas vítimas.
“Com exceção do ransomware, os dados da Chainalysis mostram que crimes com criptomoedas estão em declínio acentuado em 2023. Essa diminuição nos influxos para endereços ilícitos mostra que os esforços dos setores público e privado estão valendo a pena.
No entanto, o flagelo persistente do ransomware demonstra a necessidade de permanecer vigilante.”
Conclui o relatório
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