Imagem aérea do Pentágono -EUA
Shutterstock

A última segunda-feira (22) foi marcada pela demonstração de poder da Inteligência Artificial (AI): um vídeo criado pela tecnologia simulando uma explosão no Pentágono se espalhou como fogo nas redes sociais. O evento também parece ter até mesmo provocado uma série de vendas momentâneas no mercado de ações dos EUA.

A imagem alarmante, retratando a fumaça saindo da icônica estrutura americana, foi divulgada por vários meios de comunicação, incluindo um canal estatal russo.

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Curiosamente, relatos da falsa explosão do Pentágono também chegaram a contas não oficiais do Twitter, porém verificadas, ampliando ainda mais a confusão e o impacto da imagem fake — destacando tanto a importância da verificação rigorosa da fonte quanto o resultado nada surpreendente dos novos critérios de verificação de Elon Musk.

Quando a imagem se tornou viral, os índices de ações dos EUA sofreram um pequeno impacto, embora os mercados tenham se recuperado rapidamente depois da farsa ser revelada.

O Bitcoin, a principal criptomoeda do mercado, também experimentou um breve “flash crash” após a disseminação das notícias falsas, caindo para US$ 26.500. No entanto, a criptomoeda está se recuperando lentamente e está sendo negociada a US$ 27.327, de acordo com a CoinGecko.

O impacto da farsa foi significativo o suficiente para levar o Corpo de Bombeiros do Condado de Arlington a intervir. “NENHUMA explosão ou incidente ocorreu perto da reserva do Pentágono”, tuitaram eles, “e não há perigo imediato ou riscos para o público”.

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Pavimentando o caminho para mais regulamentação da Inteligência Artificial

Esse tipo de fraude online levantou sérias preocupações entre os críticos do desenvolvimento absoluto da AI. Muitos especialistas na área alertaram que sistemas avançados de AI podem se tornar ferramentas para maus atores em todo o mundo, espalhando desinformação e confusão online.

Esta não é a primeira vez que tal truque surgiu. Imagens virais geradas por AI já enganaram o público, como imagens do Papa Francisco vestindo uma jaqueta da Balenciaga, prisão falsa do ex-presidente Donald Trump e deep fakes de celebridades como Elon Musk ou SBF promovendo golpes com criptomoedas.

Personalidades notáveis ​​também soaram alarmes sobre a disseminação da desinformação.

Centenas de especialistas em tecnologia já pediram uma pausa de seis meses no desenvolvimento avançado de AI até que diretrizes de segurança adequadas sejam estabelecidas. E até o Dr. Geoffrey Hinton, conhecido como o ‘Padrinho da Inteligência Artificial’, renunciou ao cargo no Google para expressar suas preocupações sobre os riscos potenciais da AI ​​sem prejudicar a reputação de seu antigo empregador.

Episódios de desinformação como este alimentam o debate em andamento sobre a necessidade de uma estrutura regulatória e ética para essa tecnologia emergente. À medida que a Inteligência Artificial se torna uma ferramenta cada vez mais potente nas mãos de agentes de desinformação, as consequências podem ser caóticas. 

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Com base nos acontecimentos da segunda-feira, uma pergunta se destaca: e se uma AI fosse o agente usando o poder das mídias sociais para espalhar o caos e controlar os mercados financeiros? A gente meio que viu isso chegando.

*Traduzido com autorização do Decrypt