Imagem da matéria: "Dê seus Bitcoins para os pobres", pede economista ao presidente de El Salvador
Nayib Bukele, o presidente de El Salvador: (Divulgação/Flickr)

Um economista sugeriu que o presidente de El Salvador, evangelista do Bitcoin (BTC), deveria usar o investimento em criptomoedas para ajudar os pobres do país.

Falando ao jornal El Diario de Hoy, o professor da Universidade UCA El Salvador, Rafael Lemus, disse que as compras de Bitcoin do presidente Nayib Bukele não produziram nenhum benefício para o país e deveriam ser melhor aproveitadas.

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O presidente Bukele – que se tornou o líder de El Salvador em 2019 – tornou o Bitcoin moeda de curso legal no pequeno país da América Central em 2021. Ele também comprou muitas criptomoedas, mas seu governo não revela informações sobre o investimento.

“Assim como ele gastou milhões de dólares em Bitcoin, por que não desfazer esse investimento, recuperar o que puder e alocá-lo para as famílias mais pobres”, disse o professor, referindo-se à onda de compras do líder.

Ele acrescentou que tal medida evitaria que as famílias mais pobres do país “caíssem na pobreza extrema” devido à inflação.

De acordo com dados do site Nayib Tracker, o presidente investiu mais de US$ 113 milhões de dinheiro público em Bitcoin, mas atualmente está com perdas não realizadas de 34% no investimento.

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El Salvador é uma das nações mais pobres das Américas. Anteriormente, sofria de violência endêmica de gangues, mas a taxa de homicídios – que já foi uma das mais altas do mundo – caiu drasticamente sob o governo de Bukele.

Apesar do presidente ser muito popular em El Salvador – e na América Latina como um todo, segundo as pesquisas – a aposta de Bukele no Bitcoin foi criticada por várias pessoas e instituições.

O Banco Mundial e o FMI rejeitaram a ideia e, até agora, poucos salvadorenhos usam de fato a criptomoeda para compras diárias.

A Lei Bitcoin de El Salvador exige que as empresas do país aceitem a criptomoeda se tiverem os meios tecnológicos para fazê-lo. Os cidadãos também foram incentivados a usá-lo.

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Mas quando Decrypt visitou o país em 2021, poucos comerciantes, exceto grandes empresas como McDonald’s ou Starbucks, estavam interessados no ativo.