As criptomoedas seguem em forte alta na manhã desta terça-feira (14), com investidores aliviados após a ajuda aos bancos americanos e apostas de maior liquidez em um cenário de juros mais baixos.
O Bitcoin (BTC) avança 10,4% nas últimas 24 horas, para US$ 24.348,72, segundo dados do Coingecko. Em reais, a maior criptomoeda ganha 11%, negociada a R$ 126.434,78, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH), a segunda maior criptomoeda, sobe 6%, cotada a US$ 1.674,66.
As principais altcoins também seguem no azul nesta terça, entre elas BNB (+2,6%) XRP (+2,3%), Cardano (+2,99%), Polygon (+4,7%), Dogecoin (+4,4%), Solana (+4,4%), Polkadot (+6%), Shiba Inu (+4,7%) e Avalanche (+4%).
Nas bolsas globais, o clima ainda é de cautela, apesar do resgate do Silicon Valley Bank (SVB), e a atenção se volta para uma possível crise no Credit Suisse, que identificou problemas na contabilidade de seus balanços desde 2021.
Em meio ao colapso de três bancos que trabalhavam com o setor cripto nos EUA, Santander, HSBC e outras instituições estariam dispostas a atender empresas de criptoativos, revelou o portal de notícias CoinDesk que, aliás, estaria em conversas para ser vendido para a Binance.
Binance e Coinbase limitam serviços
Em outro destaque, a maior exchange cripto do mundo anunciou que vai suspender depósitos e saques em libras esterlinas a partir de 22 de maio. Segundo e-mail enviado na segunda-feira, os clientes não poderão usar a moeda britânica porque a Skrill Limited, a parceira baseada no Reino Unido que a Binance usa para transações do Faster Payments Service, não quer mais apoiar o serviço.
A partir da tarde de segunda-feira, novos usuários já não podiam abrir contas na exchange com depósitos em libras esterlinas, disse um porta-voz ao Decrypt. Mas os usuários existentes ainda podem acessar seus saldos em libras esterlinas. “Essa mudança afeta menos de 1% dos usuários da Binance”, disse o porta-voz”.
Já a Coinbase, maior exchange cripto dos EUA, encerrou oficialmente as negociações com a stablecoin BUSD da Binance, enquanto o mercado acompanha as investigações do Departamento de Justiça dos EUA sobre o colapso do token TerraUSD.
Bitcoin hoje
Na segunda-feira, o Bitcoin chegou a subir mais de 15%, no maior ganho diário no ano, embalado pelo resgate de bancos nos EUA e expectativa de alívio no aperto monetário na maior economia do mundo.
Nesta terça, traders ficam atentos ao relatório do CPI, o índice de preços ao consumidor nos EUA. Caso o dado venha acima das expectativas, investidores podem ajustar as apostas sobre o rumo dos juros na economia americana. A próxima reunião do Federal Reserve ocorre entre os dias 21 e 22 de março.
Ainda assim, a narrativa do Bitcoin como reserva de valor ganha força diante da recente volatilidade. E o impacto dos juros mais altos nos balanços bancos também pode levar o Fed a reavaliar sua política monetária.
A pergunta de investidores agora é se a quebra do SVB poderia propiciar o fim do inverno cripto.
Para Fabricio Tota, diretor do MB, o socorro aos bancos nos EUA pode impulsionar as criptomoedas.
“A história se repete. O bloco gênese do Bitcoin tem em seu registro o segundo socorro aos bancos lá em 2009. E com o governo americano salvando bancos, o dinheiro alternativo (Bitcoin) atende como proteção. Momentos como esses podem impulsionar uma nova corrida às cripto”, disse Tota ao Valor Econômico.
Crise bancária nos EUA
Reguladores planejam fazer outro leilão para vender o SVB nos EUA, disseram pessoas familiarizadas com o assunto ao Wall Street Journal, já que nenhum comprador se apresentou no fim de semana.
Funcionários da agência FDIC disseram aos republicanos do Senado que ainda há flexibilidade para vender o banco, agora que reguladores declararam a falência da instituição como uma ameaça ao sistema financeiro.
O conglomerado cripto Digital Currency Group (DCG) busca novos parceiros bancários para empresas do portfólio após o colapso do SVB, Signature Bank e Silvergate, de acordo com mensagens vistas pelo CoinDesk.
Santander, HSBC, Deutsche Bank, BankProv, Bridge Bank, Mercury, Multis e Series Financial ainda estão dispostos a trabalhar com empresas de criptomoedas, de acordo com as mensagens.
Com a quebra de três bancos que apoiavam o setor nos EUA, empresas cripto agora buscam alternativas em outros países, com instituições na Suíça e nos Emirados Árabes Unidos entre os destaques, segundo a Bloomberg. Esse distanciamento dos EUA já havia começado devido à crescente pressão regulatória após a implosão da exchange cripto FTX, fundada por Sam Bankman-Fried.
“Os EUA não são tão receptivos como antes em relação a cripto”, disse Richard Galvin, cofundador da gestora de fundos Digital Asset Capital Management, em Sydney. “Faz sentido diversificar por motivos jurisdicionais.”
No Brasil, a crise parece não ter reverberado, apesar da maior aversão ao risco. Nubank, C6, Inter, Agibank, Original, PagBank e Neon informaram ao mercado e confirmaram ao InfoMoney não possuir qualquer exposição ao banco americano.
Outros destaques das criptomoedas
A Meta vai deixar de lado seu projeto de tokens não fungíveis (NFTs) para priorizar outras áreas, de acordo com tuíte de Stephane Kasriel, chefe de comércio e tecnologias financeiras da gigante de redes sociais, dona do Facebook e do Instagram. Entre os segmentos priorizados pela Meta estão serviços de mensagens e oportunidades de monetização para o Reels. Em novembro, o Instagram havia anunciado planos para um mercado de NFTs baseado na rede Polygon, de acordo com o The Block.
A empresa de segurança cibernética Halborn identificou uma vulnerabilidade, chamada de “Rab13s”, que poderia colocar em risco pelo menos US$ 25 bilhões em criptomoedas em 280 ou mais blockchains, segundo post publicado na segunda-feira (13). A Halborn já trabalhou com algumas blockchains para corrigir as falhas e entrou em contato com as partes afetadas para divulgar as possíveis vulnerabilidades e oferecer soluções.
No Brasil, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) encontrou novas contas em nome do casal Antônio Neto Ais e Fabrícia Farias Campos, acusados de criar uma pirâmide financeira por meio das operações da Braiscompany. A informação foi divulgada pelo jornal A União, mas não traz detalhes sobre a existência de saldos ou tipos de conta em nome dos fundadores da empresa.
Enquanto isso, o atacante Willian Bigode foi às redes sociais para rebater as acusações de participação no golpe sofrido por seu ex-companheiros de Palmeiras, Gustavo Scarpa e Mayke, conforme o Estadão. Eles investiram R$ 10,8 milhões junto a uma empresa de criptomoedas, a XLand, e não conseguiram recuperar o dinheiro. Diante da fraude, o meia e o lateral decidiram processar as empresas envolvidas na transação.
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