Um esforço organizado para identificar os ativos remanescentes da falida exchange de criptomoedas FTX revelou “o tamanho das deficiências descobertas nas contas bancárias e carteiras digitais” do grupo, de acordo com uma apresentação feita pelos credores da empresa em recuperação judicial na quinta-feira (2).
No total, segundo o Wall Street Journal, foram identificados de US$ 2,7 bilhões em ativos de clientes, em comparação com US$ 11,6 bilhões em saldos pendentes. Isso mostra um déficit de US $ 8,9 bilhões – cerca de R$ 45 bilhões – em fundos de clientes que não podem ser identificados.
Esse é o tamanho do buraco financeiro que sugou o dinheiro dos usuários da ex-segunda maior exchange do mundo, criada por Sam Bankman-Fried.
“Foi preciso um grande esforço para chegar até aqui”, Ray afirmou em um comunicado à imprensa. “Os ativos das empresas da exchange foram altamente misturados, e seus livros e registros contábeis estão incompletos e, em muitos casos, totalmente ausentes.”
Na verdade, a apresentação afirma que a informação fornecida é preliminar e “não deve ser usada para qualquer finalidade.” Mas Ray, que também atua como diretor de reestruturação do grupo de credores da FTX, disse que compartilhar as informações mais recentes é uma prioridade.
“Acreditamos que é mais importante fornecer transparência às partes interessadas, tornando esta informação pública agora do que esperar até que possamos ter certeza dos fatos e dados”, disse ele.
No sentido oposto de SBF
Enquanto o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, tem repetidamente reivindicado que a FTX US é “totalmente solvente”, a pesquisa do grupo devedor diz o contrário.
A apresentação também atualizou a quantidade de ativos líquidos atualmente recuperados e detidos pelo grupo devedores, que cresceu de US$ 5,5 bilhões para US$ 6,1 bilhões desde seu último relatório em janeiro. Embora o aumento seja principalmente o resultado da atualização dos preços dos ativos digitais, o grupo também recuperou US$ 202 milhões detidos na Alameda, US$ 125 milhões em stablecoins e US$ 57 milhões em criptomoedas detidas em subsidiárias.
“A análise é ainda mais complicada pela natureza incompleta dos livros e registros contábeis e informações financeiras mantidas pela Administração pré-petição”, acrescenta o grupo. Ray já vem, há algum tempo, condenando os delitos de “um grupo muito pequeno de indivíduos grosseiramente inexperientes e pouco sofisticados” que estavam à frente da FTX.
Por último, o grupo de devedores revelou mais informações sobre os depósitos e levantamentos diários de ambas as exchanges durante os 90 dias anteriores ao início dos casos de recuperação judicial. Embora os números mostrem, sem surpresa, um aumento nas retiradas imediatamente antes do pedido de recuperação judicial da FTX, eles também mostram um aumento nos depósitos atribuídos a depósitos da Alameda.
A apresentação e os arquivos de hoje são apenas a última atualização da saga FTX que ainda tem muito para ser revelado.
“Esta é a segunda, no que os devedores da FTX antecipam ser uma série de apresentações, à medida que continuamos a descobrir os fatos desta situação”, escreveu Ray.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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