O ex-deputado Julian Lemos (União Brasil-PB) apagou uma publicação que ele havia feito no mês passado em sua conta no Instagram. Na postagem, o político dava apoio ao dono da Braiscompany, Antônio Neto Ais.
Na ocasião do apoio a Ais no Instagram, a Braiscompany, que oferece supostos investimentos em criptomoedas, já era alvo de críticas dos clientes que estavam com pagamentos atrasados.
“Nem todas as tempestades vêm para destruir, algumas vem apenas para limpar o caminho, e depois delas, o sol brilha muito mAIS”, escreveu Lemos no dia 16 de janeiro, sem comentar sobre os problemas que a Braiscompany está passando.
Ais, que estava junto com ele na foto que acompanhava a publicação, agradeceu o apoio e respondeu: “Em tempo de desafios se percebe os leais”. Lemos então reiterou o apoio: “ “Não precisa amigo, só justiça, toda essa enganação, toda essa orquestração irá cair pode terra, eu sei e milhares sabem a verdade”.
Lemos tentou reeleição para deputado federal nas últimas eleições, em outubro de 2022, e obteve 36.530 votos, que não foram suficientes para manter seu post na Câmara dos Deputados.
Resposta ao Portal do Bitcoin
Procurado pelo Portal do Bitcoin para comentar sobre a exclusão do post, o deputado não respondeu, mas publicou um stories com xingamentos à reportagem. “Seus lixos! Isso se estende aquém [sic] esta sendo pago para destruir reputações”.
Logo após, em um comentário na mesma publicação, Lemos afirmou que “estão expondo minha família criminosamente”. E acrescentou:
“Resposta aí que chamei vocês de lixo, vocês estão atrás de destruir, não sabia que nesse país ser amigo era crime, conheço o jogo, não tenho medo, seus lixos!”
Braiscompany no MP
Na quinta-feira (09), o promotor de Justiça de Campina Grande, Sócrates da Costa Agra disse por meio de nota que deve entrar na próxima semana com uma ação cível pública contra a Braiscompany.
Para ele, tudo aponta para “a necessidade da deflagração de uma ação civil pública, a fim de resguardar os direitos dos consumidores e reparar os danos causados à coletividade”.
O promotor ressalta que a investigação na esfera de lesão aos consumidores avançou nos últimos dias, mas que, quanto a um processo criminal, a atribuição é de outra área do Ministério Público.
“Esta semana, tivemos acesso à informações importantes e imprimimos um ritmo mais acelerado à apuração. Acreditamos que até a próxima semana, acionaremos a Justiça, na esfera cível”, afirma Costa Agra.
promotor afirma ainda que está dando tratamento sigiloso às informações pelo fato de envolverem nomes e outros dados pessoais e financeiros dos denunciantes. Por isso, decretou o sigilo do processo no que se refere à sua tramitação extrajudicial no sistema de informações do MPPB.
A Braiscompany, que diz ter um negócio de “aluguel de criptoativos”, tem atrasado constantemente os pagamentos aos clientes desde dezembro.
Há cerca de dois anos, o negócio de Ais foi tachado de pirâmide pelo economista e influencer financeiro Tiago Reis, criador da casa de análises Suno Research.
Em um tweet na quinta-feira, Reis se defendeu de críticas que, segundo ele, vinha sofrendo de funcionários da Braiscompany e disse que notificou a empresa.
As críticas, conforme explicou, eram baseadas em rumores de que ele teria perdido um processo contra a empresa – algo que ele nega.
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