A tokenização vem transformando o mercado a cada dia, principalmente pelo fato de praticamente qualquer coisa poder ser tokenizada (apesar de que, como sempre falo, nem tudo valer a pena ser tokenizado).
Inclusive, uma das grandes apostas para os investimentos de 2023 são os tokens de recebíveis, que funcionam como uma espécie de renda fixa, uma vez que não possuem volatilidade e os retornos são rápidos e pré-fixados.
Tendo em vista o aumento na procura desse tipo de token, acredito que é essencial entender o ciclo de vida dele e o funcionamento do projeto do começo ao fim. Continue lendo o artigo para saber mais!
Como seria o ciclo de vida ideal de um token de recebíveis?
O ciclo de vida ideal de um token, de forma geral, poderia ser dividido em três fases:
- Pré-issuance (ou Emissão)
- Pós-issuance (ou Governança)
- Resgate
Apesar de eu trazer o foco desse artigo para os tokens de recebíveis, diversos desses processos se encaixam no funcionamento geral de outros tokens.
Preciso ressaltar, entretanto, que o ciclo completo acontece em condições ideais. No momento em que nos encontramos atualmente, nem todos os passos podem ser realizados, mas o mercado está evoluindo constantemente para que, no futuro, aconteça!
Sabendo disso, abaixo você pode conferir detalhadamente cada uma dessas etapas.
Emissão
Como qualquer oferta de títulos tradicional, com os tokens de recebíveis também é necessário definir os parâmetros de empréstimo pertinentes, como o volume da oferta, a taxa de juros ou deságio e a duração.
Estes parâmetros são expressos diretamente na lógica do Smart Contract, tipicamente dentro de um modelo pré-estabelecido de contratos. A execução em uma plataforma pública de contratos inteligentes garante a adesão aos termos.
É possível mover todo o processo de oferta, o valuation e o levantamento de investidores na Blockchain, mas também é bastante comum e prático aplicar os mesmos procedimentos que em ofertas tradicionais. Com o surgimento dos tokens e das stablecoins, entretanto, tornou-se mais atraente realizar a compra real de títulos já dentro da Blockchain.
Dessa forma, a entrega final dos direitos aos títulos é feita de maneira pré-programada, sem a necessidade de agentes de pagamento e serviços de caução. Essa mudança ajuda a reduzir os custos de emissão da oferta.
Governança
A etapa de governança diz respeito à manutenção, possíveis negociações e remunerações periódicas dos tokens. Nesta etapa, existem alguns fatores a serem levados em conta.
Custódia
Assim como quase todos os ativos digitais, os tokens que representam os títulos precisam ser armazenáveis, transferíveis, negociáveis e recuperáveis com segurança durante a sua vida útil.
Existem empresas especializadas que contam com diversas opções para custódia e armazenamento de ativos digitais e estas opções também estão disponíveis para os tokens de recebíveis.
Negociações
Como as instituições emissoras dos tokens estão sujeitas a várias regulamentações em praticamente todas as jurisdições, a transferência sem permissão é inviável.
Porém, já existem maneiras para conciliar o comportamento intencional dos donos dos tokens e a natureza resistente à censura das Blockchains públicas, seja com uma simples lista de permissões ou com aprovações de transferência “just-in-time”.
Um requisito fundamental quando se trata da tokenização de antecipação de recebíveis é a capacidade de precificar o token e seus riscos em um mercado secundário. Para muitos tokens, isto pode acontecer em exchanges centralizadas ou pela Blockchain em exchanges descentralizadas.
Entretanto, evitar a fragmentação da liquidez entre plataformas é ainda mais importante com a antecipação de recebíveis, que normalmente sofre com a falta de liquidez.
Mesmo que a segurança dos Smart Contracts seja muito avançada, tokens de recebíveis normalmente contêm uma funcionalidade de administrador para permitir atuações em circunstâncias imprevistas, por exemplo, pausando todas as transferências.
Remunerações
Por fim, a antecipação de recebíveis pode incluir pagamentos regulares de remunerações mesmo quando tokenizada.
A Blockchain pública faz com que seja mais conveniente para os emissores determinar os beneficiários finais desses pagamentos: as carteiras com os mesmos endereços que possuem o token em uma determinada data no tempo.
Assim, os donos dos tokens podem receber a quantidade apropriada de stablecoins ou de outro meio de pagamento adequado para a Blockchain. Dessa forma, a natureza flexível dos contratos inteligentes permite que os eventos do calendário corporativo sejam integrados ao próprio ativo.
Resgate
Geralmente, ao final do projeto, o aporte principal é devolvido aos atuais portadores do token.
Da mesma maneira como ocorre com as remunerações, isso pode ser realizado de forma prática pela Blockchain com o uso de stablecoins e acontece, normalmente, após as transferências dos tokens de antecipação de recebíveis terem sido desativadas. Neste momento, os tokens também são recolhidos e os Smart Contracts são destruídos ou desativados perpetuamente.
Ainda vejo muitas pessoas com receios de entrar de cabeça no mercado cripto, pois pode ser algo considerado novo. Mas acredite quando eu digo: quanto mais cedo você abraçar as mudanças e a revolução na forma de investir, mais vai poder aproveitar seus benefícios.
Para isso, não deixe de estudar o mercado e as maneiras que ele se movimenta e dar os primeiros passos aos poucos. Os tokens são uma ótima opção para começar a explorar o mercado cripto com pouco – você pode comprar um token a partir de R$ 25 -, diversificar a sua carteira e não se arriscar logo de cara!
Sobre o autor
Daniel Coquieri é CEO da empresa de tokenização de ativos Liqi Digital Assets. Empreendedor do ramo da tecnologia, foi fundador da BitcoinTrade.
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