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Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin (Foto: Reprodução)

Glaidson Acácio dos Santos, criador da pirâmide financeira GAS Consultoria apelidado de Faraó do Bitcoin, deverá ser transferido nesta quarta-feira (25) do presídio de Bangu 1, no Rio de Janeiro, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. A informação é de reportagem do jornal O Globo.

Segundo o jornal, o pedido de transferência foi feito por Marcello Rubioli, juiz do TJ-RJ, e aceita pelo pelo juiz federal corregedor do Paraná, Paulo Sérgio Ribeiro. O TJ-RJ viu indícios de que Glaidson continua liderando sua organização criminosa a partir do presídio, chegando inclusive a corromper agentes do Estado no processo.

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De acordo com investigação do Ministério Público, Glaidson “indiscutivelmente é líder de organização criminosa que, a despeito da prisão de boa parte dos membros, ainda opera violentamente corrompendo agentes do estado”.

Além do roubo do dinheiro de milhares de clientes pela pirâmide financeira da GAS, o Faraó também é acusado de ser líder de uma organização que monitorava e assassinava rivais no mercado de criptomoedas, como mostram áudios obtidos pelas autoridades.

A transferência deverá receber um um forte esquema de segurança. Além de policiais federais, Glaidson será escoltado por agentes do Serviço de Operações Especiais (SOE) e da Divisão de Recapturas (Recap) da secretaria de segurança do Rio de Janeiro até a Base Aérea do Galeão. De lá, ele será levado por um avião das autoridades até o Paraná.

Criador da GAS Consultoria manda matar concorrentes

No início deste mês, áudios inéditos divulgados pela GloboNews mostram que Glaidson encomendava a morte de seus concorrentes. A reportagem exibe gravações de ligações entre o Faraó e os comparsas que contratou para executar os assassinatos em seu nome, antes de ele ser preso em agosto de 2021 pela Polícia Federal, acusado de duas tentativas de homicídio e pelo assassinato do trader Wesley Pessano.

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O contato mais frequente do Faraó do Bitcoin era com Ricardo Rodrigues Gomes, conhecido como “Piloto”, responsável por monitorar as vítimas e contratar os assassinos. Atualmente foragido, Piloto já foi condenado por tráfico internacional de drogas e fez parte da quadrilha de Pablo Escobar.

Nos áudios, Piloto faz atualizações frequentes para Glaidson sobre o andamento do plano de assassinar o alvo da vez. “Já planilharam tudo. Rua pra sair, tudo, rua onde não tem câmera, tudo, tudo, tudo”. E Glaidson dá o sinal verde, dizendo: “É hoje, Piloto! Sextou, pô! Caramba. Sextou, pô! Pelo amor de Deus. É hoje!”

Em outro vídeo, Piloto aparece com um drone recém-comprado exclusivamente para monitorar de perto as vítimas. O drone e todas as despesas da quadrilha de 15 pistoleiros eram pagas por Glaidson. Em outra ligação com Piloto, ele é cobrado a enviar mais dinheiro para os contratados continuarem com as espionagens. “Pagamento só no final, ok? Agora é só merreca para aluguel de carro e despesa de dois, três dias. Só isso.”

Faraó do Bitcoin vai a júri popular

A Justiça do Rio de Janeiro decidiu no final de dezembro que o criador da GAS Consultoria irá a júri popular por acusação de homicídio agravado pela prática de extermínio de seres humanos.

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Conforme descrito na sentença, “Faraó dos Bitcoins”, “Papai”, “Patrão” e “01” — todos nomes pelos quais Glaidson é chamado — é acusado de mandar matar duas pessoas: Wesley Pessano Santarem e Adeilson José da Costa, que sobreviveu à tentativa de homicídio.

A motivação dos crimes, diz a denúncia oferecida pelo Ministério Público, era que ambos atuavam no mesmo ramo que a GAS Consultoria na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, e eram considerados concorrentes.

Tais crimes foram cometidos antes de Glaidson ser preso no âmbito da Operação Kryptos em agosto de 2021. Na ocasião, outros membros do esquema foram presos, enquanto alguns conseguiram escapar da polícia e fugir do Brasil, como a esposa de Glaidson, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa.

A GAS Consultoria captava clientes com promessas de rendimentos que supostamente viriam do trade de criptomoedas. Mais tarde, seu modelo de operação revelou ser uma pirâmide financeira, que desencadeou uma série de investigações pelas autoridades brasileiras.