Imagem da matéria: Primeira etapa da atualização do Ethereum que vai destravar staking é concluída com sucesso
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Os usuários do Ethereum estão um passo mais próximos de acessar os US$ 26 bilhões (e contando) de ether travado em staking com a maior rede de contratos inteligentes do mundo. 

Na segunda-feira (23), os principais desenvolvedores do Ethereum anunciaram a implantação bem-sucedida do primeiro shadow fork na rede principal projetado para testar a capacidade de saques do staking de ETH, um recurso que deve ser lançado até março de 2023

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Shadow forks são ensaios gerais completos de atualizações de sistema feitos na rede principal de uma criptomoeda, que permitem aos desenvolvedores testar falhas de design e ajustar quaisquer problemas pendentes. O que foi testado na segunda-feira foi a próxima e muito aguardada atualização “Shanghai” do Ethereum, que introduzirá o saque de ETH em staking — uma funcionalidade ainda inexistente no ecossistema.

Shanghai será a primeira grande atualização desde a Fusão (The Merge) histórica do Ethereum de setembro de 2022, que fez a transição da rede para um sistema proof-of-stake (PoS) e abandonou a mineração tradicional do proof-of-work (PoW).

A Fusão também introduziu a capacidade dos usuários depositarem ETH na rede para se tornarem validadores e ajudar a autenticar transações on-chain. Em contrapartida, esses usuários podem acumular recompensas sob a forma de ETH recém-gerado.

Investidores já fizeram staking de quase US$ 26,5 bilhões em ETH desde dezembro de 2020 para ganhar essas recompensas. Mas eles só poderão retirar seus depósitos iniciais e o ETH recém-gerado quando a atualização Shanghai for implementada.

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Sucesso nos testes

Um dos principais desenvolvedores do Ethereum, Marius Van Der Wijden, anunciou na segunda-feira no Twitter que o primeiro shadow fork na rede principal da atualização Shanghai foi lançado com sucesso, apesar de alguns pequenos problemas que foram corrigidos. 

Em todo o caso, isso significa que o Ethereum ainda está dentro do cronograma para entregar recursos de saque de ETH nas próximas cinco ou oito semanas. 

Esse cronograma tem sido uma prioridade para os principais desenvolvedores da rede, que estão ansiosos para fornecer a capacidade de retirada de ETH o mais rápido possível — mesmo às custas de outras melhorias. 

A ideia inicialmente era que Shanghai incluísse outras melhorias adicionais muito esperadas, incluindo o proto-danksharding — um processo simplificado de amostragem de dados que tornaria as transações de segunda camada no Ethereum significativamente mais baratas e rápidas — e a EOF, uma atualização muito necessária e com anos de atraso para a Ethereum Virtual Machine (EVM), o mecanismo subjacente à rede que sustenta contratos inteligentes. No entanto, ambas atualizações foram adiadas para garantir que os saques de ETH em staking pudessem chegar em março.

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Na semana passada, vários desenvolvedores principais do Ethereum também se mostraram frustrados com a decisão de renunciar a uma atualização do método de codificação usado para fazer o lançamento de Shanghai. Essa decisão, outro sacrifício feito pelos desenvolvedores para acelerar o lançamento da atualização, poderia ter repercussões técnicas imprevistas para o Ethereum nos próximos anos, foi o que vários desenvolvedores principais comentaram ao Decrypt

O lançamento da atualização terá, sem dúvida, um impacto significativo nos mercados de criptomoedas. Analistas do JP Morgan escreveram recentemente que a capacidade dos validadores de retirar fundos como quiserem “poderia inaugurar uma nova era de staking” para a Coinbase, a maior corretora cripto dos EUA que perdeu valor desde o início do último inverno cripto em maio de 2022.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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