Embora muitas criptomoedas tenham caído nos últimos sete dias, a situação era um pouco pior nas semanas anteriores.
E apesar de o bitcoin (BTC) ter subido apenas 0,64% nos últimos sete dias e estar sendo negociado a US$ 21.204 neste momento, o ether (ETH) subiu 14,8% no mesmo período, agora precificado em US$ 1.348.
Outros aumentos impressionantes da semana incluem polygon (MATIC), que disparou 37% e está custando US$ 0,77; uniswap (UNI), que disparou quase 13% e está precificada em US$ 7,03; e o salto de quase 10% da moeda de privacidade monero (XMR) para US$ 136,14.
Diversos projetos principais foram na direção oposta: cardano (ADA) despencou 3,7% para US$ 0,44 e dogecoin (DOGE) caiu 5,8% para US$ 0,06.
Notícias que impactaram o setor cripto
Um dos piores choques ao preço das criptomoedas na semana veio de um relatório sobre a inflação, publicado na quarta-feira (13) pelo Escritório de Estatística do Trabalho dos EUA (ou BLS), informando que o Índice de Preço do Consumidor americano (ou CPI) subiu 9,1% durante 12 meses até junho.
Foi o maior aumento nos últimos 40 anos conforme os maiores preços foram registrados nos setores de alimentação, moradia e gasolina.
Em junho, em resposta às análises de inflação de maio, o Federal Reserve havia aumentado taxas de juros em 0,75% — a mais drástica alta desde 1994. A nova porcentagem do CPI pode fazer com que o banco central americano aumente ainda mais as taxas para aumentar o custo do empréstimo e lidar com a inflação.
Houve muitas liquidações de criptomoedas e de ações após a notícia conforme investidores se livraram de seus ativos de risco. Uma hora depois de a porcentagem ser divulgada, o bitcoin havia caído em mais de 4% enquanto o ether caiu em mais de 6% — em certo momento, o relatório pode ter sido responsável por uma queda de até 6% do bitcoin.
Na sexta-feira (15), dados divulgados pela Bloomberg mostram que a correlação entre o bitcoin e o índice Nasdaq 100 estava chegando ao seu menor nível este ano. Isso significa que, apesar de seus respectivos mercados de baixa, o bitcoin resistiu mais à pressão de queda do que as ações.
É um cenário completamente diferente do de abril, quando a correlação de 30 dias entre o bitcoin e o Nasdaq havia atingido seu maior nível em um ano.
A relativa resiliência pelo preço do ether neste fim de semana deriva da antecipação pela futura atualização da rede a um mecanismo proof of stake (ou PoS). Na quinta-feira (14), a rede teve êxito em realizar os últimos testes antes da Fusão que, no momento, fez o preço do ether subir quase 13% em menos de 24 horas.
A Fusão fará com que toda a rede Ethereum passe a executar uma versão PoS que está sendo operada em paralelo à atual rede principal e proof of work (ou PoW) do Ethereum. Na sexta-feira (15), o gestor da comunidade da Beacon Chain, superphiz.eth, compartilhou um possível cronograma sobre as atualizações finais.
No âmbito político global, o Comitê de Estabilidade Financeira (ou FSB) anunciou, na segunda-feira (11), que irá apresentar suas próprias propostas para garantir que cripto tenha “regulamentações e normas robustas”. O FSB é composto por tesoureiros e banqueiros centrais das economias que formam o Grupo dos 20 (ou G20).
Em outubro, pretende apresentar um relatório aos ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G20, destacando abordagens regulatórias e supervisórias para stablecoins e outros criptoativos.
Por fim, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou uma proibição nacional para o uso de ativos digitais em pagamentos, apesar de ainda possibilitar a compra e o armazenamento de criptomoedas.
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.