A universidade de Maastricht, na Holanda, gastou 200 mil euros em Bitcoin em 2019, como resgate por um ataque ransomware feito por criminosos – um tipo de resgate que “sequestra” dados de vítimas em troca de dinheiro para evitar o apagamento dos dados.
Agora, as autoridades do país conseguiram rastrear uma conta com parte dos ativos e entregar de volta para a instituição o equivalente a meio milhão de euros – uma diferença gerada pela valorização do BTC no período, mesmo com a queda recente.
As informações são do jornal alemão Deutshe Welle, que não informou a data exata do pagamento do resgate. Durante 2019, o Bitcoin teve sua cotação mais baixa no dia 12 de janeiro, com US$ 3.598. O pico foi no dia 26 de junho, quanto bateu em US$ 12.996.
Já nesta segunda-feira (4) o Bitcoin está cotado a US$ 19.938 – o que explica o lucro no “investimento” da Universidade de Maastricht já teria tido lucro.
O rastreio das autoridades chegou em uma conta para onde foram, na época, 40 mil dos 200 mil euros que totalizaram o resgate. Ou seja, o valor pago como resgate foi multiplicado 12,5 vezes para chegar em 500 mil euros.
Ameça à teses acadêmicas
A polícia holandesa descobriu na investigação que parte do dinheiro foi parar em uma organização de lavagem de dinheiro na Ucrânia. Essa a conta foi então bloqueada.
O diretor da Universidade de Maastricht, Michiel Borgers, disse para um jornal local que “o dinheiro não irá para um fundo geral, mas sim em um fundo para ajudar financeiramente estudantes em aperto financeiro”.
O ataque hacker de 2019 afetou os sistemas digitais da universidade e passou a impedir que 25 mil estudantes e empregados tivessem acesso a dados científicos, e-mail e biblioteca.
O resgate teria sido pago pelo medo de uma perda definitiva de dados, o que faria alunos não poderem terminar teses e estudos.