Imagem da matéria: Improbable arrecada US$ 150 milhões para startup que conecta mundos do metaverso
(Foto: Shutterstock)

Nos últimos meses, o hype pelo metaverso explodiu desde a reformulação do Facebook para Meta, mas a visão de uma futura internet imersiva e experimental pode demorar anos até tomar forma.

Será preciso bastante infraestrutura e a startup inglesa de tecnologia de jogos Improbable espera liderar o setor com uma nova iniciativa e bastante financiamento.

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Nesta quinta-feira (7), a companhia divulgou a M² (MSquared), uma nova entidade que irá focar no desenvolvimento da tecnologia para a Web 3, necessária não apenas para trazer grandes mundos de metaverso à vida, mas também permitir que haja interoperabilidade para que usuários possam movimentar tokens não fungíveis (ou NFTs, na sigla em inglês) e itens entre mundos. NFTs são tokens cripto utilizados para demonstrar propriedade sobre itens digitais.

A M² é uma entidade independente da empresa principal Improbable e, assim, também arrecadou fundos separados. A nova entidade arrecadou US$ 150 milhões frente a uma avaliação de US$ 1 bilhão, tornando-se o mais novo “unicórnio” do setor cripto — termo dado a empresas que estão avaliadas acima de US$ 1 bilhão.

Andreessen-Horowitz (ou a16z) e Softbank lideraram a rodada de financiamento, que também contou com a participação do Digital Currency Group (ou DCG), Ethereal Ventures, Mirana, SIG e CMT.

O metaverso se refere a uma visão da futura internet, em que usuários vão interagir via avatares 3D entre ambientes imersivos, utilizados para trabalho, diversão, socialização, compras e mais.

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Jogos desenvolvidos no Ethereum, como Decentraland e The Sandbox, são considerados como exemplos iniciais de como poderá ser o amplo metaverso.

Embora desenvolvedores cripto vislumbrem um metaverso desenvolvido em torno de ambientes interoperáveis, que permitam que usuários migrem seus NFTs — como avatares, itens, vestuário e mais — entre mundos, esse pode não ser o caso para todas as empresas que estão tentando desenvolver o metaverso.

Por exemplo, ainda não se sabe quão aberto e interoperável será o metaverso do Facebook.

Aparentemente, a M² foi criada com foco em interoperabilidade. A iniciativa combina a tecnologia de jogos Morpheus da Improbable — que permite que mundos on-line mais detalhados, com mais de dez mil usuários — com novas ferramentas e tecnologia para a Web 3.

Foi criada para trazer mundos de metaverso à vida, mas foi formada para trabalhar em conjunto com “mundos existentes, bem como projetos”, de acordo com um comunicado de imprensa. O trailer abaixo mostra um exemplo da tecnologia em prática, com mais de mil jogadores interagindo juntos em um mundo compartilhado de jogo.

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No entanto, ainda não se sabe exatamente como a M² planeja unir (ou “fazer o bridging”) de diferentes mundos de metaverso.

Herman Narula, CEO e cofundador da Improbable, descreveu as atuais “bridges” (ou “pontes” de acesso entre blockchains) à Bloomberg como uma “solução bastante crua” e disse que iria publicar um whitepaper que descreve seus planos de cibersegurança.

Nos últimos meses, bridges entre blockchains têm sido cada vez mais alvo de ataques. No fim de março, a bridge que conecta a sidechain (blockchain paralela) Ronin, do jogo Axie Infinity, à rede principal do Ethereum, foi invadida e perdeu US$ 622 milhões em criptomoedas.

Em fevereiro, Wormhole, a bridge entre Ethereum e Solana, foi hackeada e perdeu US$ 320 milhões.

Segundo a Bloomberg, investidores da M² vão receber tokens cripto por conta do financiamento, mas a quantia concedida não irá representar a maior parte do fornecimento. Narula contou ao jornal que pretende permitir que a comunidade de usuários governe a futura plataforma, fazendo referência à descentralização progressiva.

Anteriormente, a16z e Softbank já haviam liderado rodadas de financiamento da Improbable — a entidade principal, e não a nova iniciativa M² —, avaliada em US$ 2 bilhões em 2017 após uma rodada “series B” (quantia concedida quando uma empresa atinge certos objetivos e não está mais na etapa inicial) de US$ 502 milhões.

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Após esse financiamento, a Improbable sofreu para executar sua infraestrutura de jogos SpatialOS e teve de interromper diversos jogos após o lançamento do sistema. Narula admitiu à Bloomberg que a tecnologia inicial era “mais desafiadora de operar do que o necessário”.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.