Em quase seis meses, a Circle basicamente duplicou sua avaliação.
Anunciada nesta quinta-feira (17), a avaliação mais recente de US$ 9 bilhões acontece após a empresa divulgar os novos termos com a empresa “cheque em branco” (ou SPAC, na sigla em inglês) Concord Acquisition Corp.
Uma SPAC é constituída com o único propósito de arrecadar capital por meio de uma oferta pública inicial (ou IPO) para adquirir ou se fundir com uma empresa existente – neste caso, a Circle.
Em julho de 2021, a Concord e Circle haviam anunciado planos de serem lançadas em bolsa, avaliando a fornecedora de stablecoin em US$ 4,5 bilhões.
Todos os mesmos membros do acordo original estão envolvidos. As duas empresas apenas atualizaram os termos, substituindo o acordo do ano passado.
Em um comunicado de imprensa da Circle, a mais nova avaliação é, em parte, devido ao crescimento contínuo da USDC, sua stablecoin lastreada em dólar.
A atual capitalização de mercado da USDC é de quase US$ 53 milhões, de acordo com dados fornecidos pelo site CoinGecko. Em julho de 2021, quando Circle e Concord haviam firmado o acordo, esse número era de US$ 25 milhões – quase metade do valor atual.
Bob Diamond, presidente da Concord Acquisition Corp. e CEO do Atlast Merchan Capital, disse que a avaliação atualizada é graças, em parte, ao crescimento da Circle.
“O rápido crescimento e a liderança a nível mundial da Circle são ressaltados por uma mentalidade focada em regulação para criar confiança e transparência nos mercados globais. Acreditamos que nosso acordo é atrativo porque preserva a capacidade dos stakeholders da Concord participarem de uma transação com essa ótima empresa”, afirmou Diamond.
Apesar desse crescimento impressionante, a USDC ainda está em segundo lugar em relação à USDT da Tether que, atualmente, comanda uma capitalização de mercado de quase US$ 79 bilhões.
É a maior stablecoin da indústria mas, assim como a USDC, recebe bastantes críticas.
Críticas às stablecoins da Circle e da Tether
As duas maiores fornecedoras de stablecoins do setor cripto são alvo de ataques por suas afirmações de que cada dólar digital que flutua pelo mercado tem paridade a um dólar em espécie.
Porém, em julho de 2021, a Circle revelou que apenas 61% das reservas de suas stablecoins na época eram mantidas em dinheiro em espécie ou seus equivalentes.
Os 39% restantes eram compostos de uma mistura de títulos do tesouro americano, certificados de depósito (ou CDs), notas comerciais e diversos títulos.
Tether também não se deu muito bem. Quase na mesma época, a revelou que apenas 10% de suas reservas na época estavam dinheiro físico.
Preocupações sobre essas reservas, bem como o crescimento meteórico da indústria de stablecoins, também atraíram atenção de reguladores em Washington.
Em janeiro, o Decrypt noticiou que a administração Biden está trabalhando para forçar empresas de stablecoin a seguirem as mesmas regras de grandes bancos do país.
No entanto, por enquanto, essas preocupações regulatórias não parecem estar afetando os planos de negócio da Circle.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.