Os americanos Brent Whitehead e Matt Lohstroh, ambos de 23 anos, fundadores da empresa de mineração de bitcoin Giga Energy, faturaram US$ 4 milhões no ano passado com custo praticamente zero de eletricidade. Isso porque eles aproveitam o gás de petroleiras no Texas, nos Estados Unidos, que seria queimado.
“Desde minha infância eu via chamas na indústria de petróleo e gás. Eu sabia o quanto era um desperdício. “É uma nova maneira não apenas de reduzir as emissões, mas de monetizar o gás”, disse Brent à CNBC, durante um evento sobre energia que ocorreu em Houston nesta semana.
O custo do processo não foi informado, mas requer apenas um contêiner com as rigs de mineração ligada a um gerador conectado diretamente na saída do gás. A máquina então converte o gás em eletricidade, que alimenta as mineradoras.
A ideia surgiu há cerca de três anos, quando na época ainda era um grande tabu a ideia de unir empresas de petróleo e gás e o setor de mineração de criptomoedas.
A dupla então passou a rastrear pequenas empresas que negligenciam a conformidade regulatória. “Conseguimos entrar e dizer: ’Ei, você está queimando, e não deveria estar. Podemos pegar todo esse gás”, disse Brent.
Ampliando mineração de bitcoin
Agora, além de contribuir com o meio ambiente, Brent e Matt faturam alto e já se mobilizam para ampliar a empreitada, explorando novas petroleiras.
Segundo a CNBC, eles já assinaram novos acordos com mais de 20 empresas de petróleo e gás, quatro das quais são de capital aberto. A reportagem não cita se há uma contrapartida, mas vale lembrar que essas petroleiras — conhecidas empresas de Petróleo e Gás — costumam vender o fluido.
A Giga, contudo, só procura aquelas que estão há muitos quilômetros de distância de um oleoduto, o que dificulta a venda do produto — e a construção de uma linha totalmente nova gera grandes despesas.
Se um perfurador não puder encontrar imediatamente uma maneira de vender o estoque de gás natural, a maioria o descarta no local. O gás então é queimado para não acumular. “É por isso que você normalmente verá chamas subindo de campos de petróleo”, comenta a CNBC.
Lee Bratcher, presidente da Associação de Blockchain do Texas (Texas Blockchain Council), disse: “Eles estão gerando receita para seus clientes por meio da mineração de bitcoin de energia ociosa e resolvendo o desafio ambiental com gás queimado ao mesmo tempo”.
De acordo com Adam Ortolf, executivo da Upstream Data, empresa que fornece os data centers apropriados para o tipo de negócio, as chamas são apenas 75 a 90% eficientes, pois parte do gás é exalado. No caso da Giga, explicou, quando o metano é executado em um motor ou gerador, 100% do dele é queimado e nada vaza ou ventila no ar.
A receita da Giga foi superior a US$ 4 milhões em 2021 e está a caminho de ganhar mais de US$ 20 milhões até o final de 2022, concluiu a CNBC.
Veja como é o funcionamento de um contêiner de mineração movido a gás.