Imagem da matéria: Educação financeira no mundo cripto pode ser arma contra inadimplência
Foto: Shutterstock

A Educação financeira está morta? Refiro-me aos esforços feitos há décadas para que as pessoas usassem o crédito com parcimônia. Ao mesmo tempo em que o mercado era inundado por um volume de crédito sem precedentes, Banco Central, CVM e alguns abnegados tentavam reparar os estragos trazidos pela inadimplência crescente e descontrolada.

Algumas medidas já ajudariam muito, como separar o limite do cheque especial do total disponível na conta corrente ou explicar ao consumidor que o pagamento mínimo da fatura do cartão não era o único valor a ser pago.

Publicidade

As coisas então foram se ajeitando. Os bancos e associações começaram a produzir conteúdos, e o momento de crédito fácil foi substituído por um período insistente de estagnação econômica. O saldo foi a existência de milhões de famílias inadimplentes e com o ‘nome sujo’.

Muitas delas simplesmente desistiram de acertar suas contas com os credores. E era comum a seguinte frase: “Para que pagar a dívida se depois de cinco anos ela irá caducar?”. E assim muitas fizeram e fazem até hoje.

Passamos para uma terceira fase, inflação controlada e Selic em queda acentuada. Os holofotes da educação financeira passaram do crédito para os produtos de investimentos. Mas como ensinar a usar os produtos financeiros que eram uma sopa de letrinhas de difícil entendimento?

Além disso, para a maioria da população, investir era sinônimo de poupança — sim a centenária caderneta de poupança que não vinha mais com a caderneta.

Publicidade

A população começou a se aventurar para o Tesouro Direto, fundos, ações e tinha que confiar nas recomendações feitas pelo seu gerente de conta. Às vezes dava certo, em outras…

Então, a educação financeira ficou mais complexa. Agora era preciso tirar o consumidor da inadimplência, ensiná-lo a fazer o orçamento e ajudá-lo a se transformar em investidor. Tudo junto e misturado.

Estamos agora na quarta fase. O mundo cripto. Uma rede descentralizada possibilitou a existência de novos e criativos produtos financeiros, sem intermediários e muitas vezes, sem regulação.

Ao mesmo tempo em que as possibilidades se multiplicaram, a volatilidade dos ativos foi ao espaço. “Piramideiros do Novo Egito” surgiram, oferecendo ganhos de 50% ao mês e muitos incautos caíram na armadilha e queimaram suas reservas.

Publicidade

No momento atual, final de 2021, a sociedade demanda uma ‘Nova Educação Financeira’, que ajude o consumidor a poupar e diversificar sua carteira de investimentos. Existe espaço para renda fixa e variável. E a criptoeconomia possui produtos para os dois tipos, nos seus tokens e criptomoedas.

Essa nova educação financeira precisará abordar as redes descentralizadas e criptografadas e produzir conteúdos para uma população diversificada e empenhada em explorar os novos caminhos do sistema financeiro.

A educação financeira para o mundo cripto irá ajudar o consumidor a escapar das armadilhas, pirâmides e “pegadinhas” de algum agente comercial de plantão. O grande desafio será ajudar o cidadão a sair das dívidas e se tornar um criptoinvestidor, mas com consciência e equilíbrio.

Se apertar muito, a corda se rompe, se deixar frouxa, ela não emite som. Então, bora pro caminho do meio. O caminho da Nova Economia “on chain”.

Sobre o autor

Fábio Moraes é professor e consultor em transformação digital, cultura e banking, especialista em educação corporativa, financeira e criptoeconomia. É CEO da Blockchain Academy

Publicidade
VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: Brasileiro usa dinheiro esquecido em banco para comprar Bitcoin; confira se você tem valores a receber

Brasileiro usa dinheiro esquecido em banco para comprar Bitcoin; confira se você tem valores a receber

Brasileiros têm até 16 de outubro para resgatar dinheiro em bancos; veja como checar
Imagem da matéria: 34% dos jovens investidores entrevistados pela Rico possuem criptomoedas em suas carteiras

34% dos jovens investidores entrevistados pela Rico possuem criptomoedas em suas carteiras

Levantamento da Rico mostra que, junto com poupança, renda fixa e ações, as criptomoedas estão entre os principais investimentos dos jovens
Imagem da matéria: Bitcoin tem vários motivos para subir, mas quando o rali realmente começará?

Bitcoin tem vários motivos para subir, mas quando o rali realmente começará?

Os ciclos de alta anteriores do Bitcoin alcançaram seu auge entre outubro e março; analistas esperam um grande rompimento no 4º trimestre
Imagem da matéria: Bitcoin pode se beneficiar de possível corte de juros nos EUA nesta quarta, dizem analistas

Bitcoin pode se beneficiar de possível corte de juros nos EUA nesta quarta, dizem analistas

Analistas dão como certo o corte de juros nos EUA, mas divergem quanto à sua magnitude e aos impactos no preço do Bitcoin e no mercado de criptomoedas