O bitcoin (BTC), a maior criptomoeda da indústria, geralmente é chamada de “ouro digital” por conta de suas características de reserva de valor com fornecimento finito.
O fornecimento total da criptomoeda é limitado e pré-definido a apenas 21 milhões; quando essas moedas forem mineradas, não será possível criar mais.
No entanto, até esse limite ser atingido, novas moedas são criadas por meio de um processo conhecido como mineração, um processo matematicamente complexo e altamente competitivo de acrescentar e verificar conjuntos (ou blocos) de transações ao blockchain público do Bitcoin.
Agora, essa escassez está mais evidente por chegar aos 18,89 milhões, ou quase 90% de todas as moedas que irão existir, agora foram mineradas, de acordo com dados do Blockchain.com.
Levou quase 13 anos para que o bitcoin chegasse aqui após o primeiro bloco (também conhecido como Bloco Gênese) ter sido minerado por seu pseudônimo criador Satoshi Nakamoto em 9 de janeiro de 2009.
No entanto, a mineração do fornecimento restante não será tão rápida. Por conta do recurso de “halving” do bitcoin (que reduz pela metade a recompensa por bloco concedida a mineradores), os 2,1 milhões de bitcoins restantes serão gerados até 2140 ou daqui a 119 anos.
Um pilar fundamental da política monetária e deflacionária do bitcoin, o halving acontece a cada 210 mil blocos minerados, ou a aproximadamente cada quatro anos, reduzindo a recompensa que mineradores recebem por seus esforços.
Cada evento de halving reduz a taxa de emissão do bitcoin até que nenhuma nova moeda entre em circulação.
Atualmente, mineradores de bitcoin recebem 6,25 bitcoin por cada bloco que encontram e a recompensa irá diminuir para 3,125 BTC após o próximo halving.
O próximo evento, de acordo com o painel de dados Clark Moody Bitcoin, poderá acontecer em maio de 2024.
Dificuldade de mineração do Bitcoin quebra recordes
Enquanto isso, as duas outras métricas fundamentais do Bitcoin também atingiram novos recordes recentemente, indicando que a rede se recuperou completamente da enorme repressão a cripto da China e a consequente migração de mineradores para novos locais.
Em maio, a China baniu instituições financeiras reguladas de ofererecem serviços relacionados a cripto, como negociação, compensação e liquidação de transações.
No mesmo mês, o país começou a reprimir a mineração de bitcoin, forçando grandes empresas a migrarem suas operações para o exterior.
Como consequência, a taxa de hashes do Bitcoin começou a sofrer, despencando para uma baixa anual de 84,79 exahashes por segundo (EH/s) em julho.
No entanto, a rede se recuperou constantemente, conforme a taxa de hashes atingiu uma alta recorde de 181,77 EH/s e quebrou o recorde anterior de 180,66 EH/s registrado em maio deste ano, segundo o Blockchain.com.
A dificuldade de mineração do Bitcoin, uma medida do quão difícil é minerar novas moedas, também atingiu uma alta recorde de 24,45 trilhões no dia seguinte, disparando cerca de 8,33% desde o reajuste mais recente.
De acordo com o BTC.com, esse é o maior aumento desde agosto deste ano.
Junto com a crescente taxa de hashes, pode indicar que muitas novas máquinas de mineração estão entrando para a corrida, aumentando a competição entre mineradores.
Apesar dos fortes aspectos fundamentais da rede, o preço do bitcoin falhou em se consolidar acima dos US$ 50 mil nesse domingo (12). A principal criptomoeda caiu 3,8 no último dia, sendo negociada a US$ 47,8 mil, segundo o site CoinGecko.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.