Volume médio negociado pela B3 (B3SA3) no 1T21 atinge R$ 36,8 bilhões

Alta foi de 17% em relação ao 4º trimestre de 2020
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Sede da bolsa de valores em São Paulo (Foto: Shuttertock)

Sinal ainda inicial de retomada da economia, a despeito à pandemia, o volume médio de negociações (ADTV) — Average Daily Trading Volume — na B3 atingiu R$ 36,8 bilhões no primeiro trimestre do ano (1T21). Isso corresponde a uma alta de 17%, se comparado ao trimestre anterior (4T20), apontou o presidente da B3 Gilson Finkelsztain, ao apresentar, na quinta-feira (6), os resultados financeiros da companhia no primeiro terço do ano.

No período, a atividade de captação de renda variável continuou ‘aquecida’, por conta de 15 IPOs (ofertas iniciais de ações), além de outros 7 folow-ons (ofertas feitas após à inicial), que totalizaram R$ 36,8 bilhões.

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Sobre o desempenho do 1T21, Finkelsztain destacou que a B3 “manteve o foco na excelência operacional, com destaque para o alto nível de disponibilidade das plataformas de negociação dos valores, que nos permitiu dispor de uma infraestrutura mais robusta, com fortes investimentos tecnológicos na ampliação da capacidade de processamento, além de tornar mais seguras as operações para os clientes e para o mercado, de maneira geral”.

Avanço na crise

O mais interessante dessa trajetória ascendente do mercado de capitais é que ela ocorre num cenário seguinte à elevação, por duas vezes consecutivas, da taxa básica de juros (Selic), hoje no patamar de 3,5% ao ano, revertendo o ciclo de quedas iniciado em 2015.

“Acreditamos que o ambiente atual de taxas de juros é capaz de manter as condições necessárias para o desenvolvimento do mercado de capitais local e para a retomada da atividade de crédito no Brasil, assim que a economia iniciar sua recuperação”, pontuou o presidente da instituição.

Outro indicador positivo, de acordo com o vice-presidente Financeiro, Corporativo e de Relações com Investidores da B3, Daniel Sonder, é que as receitas no primeiro trimestre somaram R$ 2,6 bilhões ou 5% acima do verificado no trimestre anterior e 25% superior a igual período de 2020. 

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Alavancagem oportuna

Como resultado da alavancagem operacional da B3 — associada a uma ‘disciplina’ de despesas — a companhia apresentou crescimento de 24% de seu EBTIDA (sigla para lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ou R$ 1,9 bilhão no 1T21, no qual a B3 Social (associação sem fins lucrativos) aportou R$ 15 milhões em ações ligadas a emergências de saúde e segurança alimentar, por conta da pandemia. 

Ainda segundo Sonder, igualmente sobre o 1T21, a receita total da B3 atingiu R$ 2,667 bilhões, traduzindo um aumento de 25,5% em relação ao 1T20, com destaque para o crescimento de receita em todos os segmentos. No mesmo comparativo, o vice apontou alta de 22,5% do lucro líquido ou incremento de 25%.

Indicador também positivo, acrescenta o vice-presidente da B3, é a apuração de uma receita 25,7% superior, pelo critério de segmento listado em bolsa, que chegou a R$ 1,893 bilhão (71,0% do total).

Esse resultado, segundo ele, foi decorrente da “recuperação do valor dos ativos no segmento de ações à vista, que no fim do 1T20 já sofriam com os efeitos do início da crise causada pela Covid-19, além dos novos IPOs que ocorreram ao longo dos últimos 12 meses, e por maiores volumes negociados nas plataformas, tanto em ativos de renda variável como em derivativos listados”.

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Ele completa, afirmando que o desempenho é “reflexo de uma base maior de investidores e de volatilidade advinda de incertezas político-econômicas no período”.

Balcão cresce 10,6%

O segmento balcão, por sua vez, acompanhou a tendência e cresceu 10,6% sobre 1T20, como reflexo do maior volume de emissões e estoque de instrumentos de captação bancária registrados no 1T21, tendo apurado altas de 6,7% e 38%, respectivamente.

Essa performance positiva foi influenciada pela ampliação das emissões de CDB (Certificado de Depósito Bancário) — responsável por 73,1% das novas emissões no trimestre em tela.

Semelhante movimento ocorreu com relação ao estoque médio de instrumentos de dívida corporativa, com elevação de 1,8%, em que as debêntures de leasing participaram com 23,6% do total. Também exerceu efeito positivo no mercado de renda fixa o contínuo crescimento do Tesouro Direto (TD), aplicação que apresentou crescimento de 21,3% no número de investidores e de 3,1% de estoque em aberto.